Mundo
Na Espanha, Lula volta a elogiar a China e alfinetar os EUA
O presidente celebrou o fato de que a China irá se tornar, em breve, a maior economia do mundo com ‘uma diferença’ para os EUA: não se envolver diretamente com guerras


O presidente Lula (PT), em coletiva de imprensa em Madri após seu encontro com o primeiro-ministro da Espanha Pedro Sánchez, voltou a alfinetar os Estados Unidos e sua contribuição para guerras ao redor do mundo, como o recente conflito entre Rússia e Ucrânia. Ao dar as declarações, tornou a elogiar a China, país em que esteve recentemente e fechou diversos acordos comerciais.
“A China já é a segunda economia mundial e provavelmente nos próximos anos será a primeira do mundo. Com uma diferença [para os EUA], faz muitos anos que a China não faz guerra”, disse Lula após celebrar o crescimento asiático.
“[A China] É uma demonstração de que somente com muita paz é possível aproveitar o dinheiro produzido pelo povo para gerar emprego e bem-estar social. Por isso, eu sou incomodado com a guerra que está acontecendo entre a Rússia e a Ucrânia”, completou sobre o tema.
Após citar o conflito, Lula tornou a dizer que o Brasil condena a violação territorial feita pelos russos na Ucrânia, mas defendeu que é hora de parar de ‘procurar culpados’. “Um erro aconteceu e a guerra começou. Agora não adianta ficar dizendo quem está certo ou errado, o que precisa é fazer a guerra parar”, defendeu.
O brasileiro voltou, então, a defender a criação do ‘clube da paz’ para se discutir a saída para a guerra. “Você só vai discutir um acerto de contas quando parar de dar tiros. É assim nessa guerra e foi assim em todas as guerras”. A iniciativa, alegou, seria uma saída para a pouca efetividade da atual composição do Conselho de Segurança da ONU.
“Os membros permanentes são os maiores produtores e vendedores de armas do mundo e são os maiores participantes de guerra do mundo. Então eu fico me perguntando se não cabe a nós – outros países que não somos membros do Conselho de Segurança da ONU – fazer uma mudança”, indagou.
“Ora, se quem tem que promover a paz não pede licença, por que os outros têm que obedecer? Então, está na hora de mudar as coisas e a gente criar um G-20 da paz, que deveria ser a ONU”, afirmou Lula mais adiante.
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