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MP da Bolívia pede a prisão de Jeanine Áñez e ex-ministros por terrorismo e conspiração

O órgão considera ter elementos suficientes sobre a participação das Forças Armadas em crimes por orientação do Estado

A ex-presidenta boliviana Jeanine Áñez. Foto: Reprodução/ONU
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O Ministério Público da Bolívia pediu a prisão da ex-presidente Jeanine Áñez e dos ex-ministros Arturo Murillo, Yerko Núñez, Álvaro Coímbra, Fernando López e Rodrigo Guzmán, por delitos de terrorismo, sedição e conspiração.

 

De acordo com a estatal Agência Boliviana de Informação, o Ministério Público considera que há elementos suficientes de condenação para os acusados. O órgão cita documentos como cartas, fotos, atas e informes para sustentar que as Forças Armadas tiveram participação em crimes por orientação do Estado, durante o ano de 2020.

Guzmán já foi detido no estado boliviano de Beni, no âmbito de investigações sobre o golpe de Estado. Nos últimos dias, chefes militares e policiais que participaram do processo também foram alvos de pedidos de prisão.

Em seu perfil em uma rede social, no entanto, Jeanine Áñez disse que está sendo perseguida pelo novo presidente da Bolívia, Luis Arce. “A perseguição política começou”, escreveu. “O Movimento ao Socialismo [partido de Arce] decidiu voltar aos estilos da ditadura. Uma pena, porque a Bolívia não precisa de ditadores, precisa de liberdade e de soluções.”

Outros ex-ministros protestaram nas redes. Alvaro Coimbra disse que a detenção foi declarada “de maneira ilegal e abusiva”. Yerko Núñez escreveu que o MAS tem a cumplicidade da Justiça para “ir à caça” de ex-ministros.

A derrubada de Áñez da presidência da Bolívia foi um dos mais importantes fatos internacionais de 2020. Ela chegou ao poder e se manteve por cerca de um ano, após a vitória de Evo Morales em 2019 sofrer acusações de fraude. No entanto, em uma nova votação no ano passado, o aliado de Morales venceu as urnas, o que, para especialistas, desmentiu a narrativa de irregularidades no pleito.

Como mostrou CartaCapital, houve relatos de hostilidade a observadores internacionais quando a eleição presidencial ocorreu. Segundo a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que foi ao país para acompanhar o pleito, o governo Áñez instaurou presença ostensiva de militares para intimidar a população.

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