Ministro do Meio Ambiente ignora imprensa na COP26 e diz que ‘sucesso’ do Brasil depende de ‘financiamento robusto’

Joaquim Leite não respondeu perguntas sobre o aumento do desmatamento

O novo ministro, Joaquim Leite, “está ali como fantoche” (FOTO: MMA)

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Nesta sexta-feira 12, último dia de COP26, o ministro do Meio Ambiente Joaquim Lopes fez um balanço da participação do Brasil no evento, que discute a necessidade da redução de emissões de gases de efeito estufa. 

O representante do governo Bolsonaro ignorou perguntas da imprensa sobre os dados que indicam aumento de 5% do desmatamento da Amazônia neste mês de outubro, divulgados nesta manhã. Também condicionou a participação do País no plano global de redução de emissão ao “financiamento robusto” dos países ricos. 

“Gostaria de compartilhar a preocupação do Brasil com o financiamento climático, com um volume de recursos que ainda não chegou”, disse Leite, novamente pressionando os líderes da cúpula. 

Segundo ele, metas climáticas mais ambiciosas dependem de recursos internacionais para a transição de mercado de carbono e economia verde. 

“Precisamos garantir recursos para uma transição mais justa”, voltou a afirmar o ministro. “Estamos num momento de emergência financeira”.

Quando questionado sobre os 3 bilhões do Fundo Amazônia que estão congelados desde 2019, o ministro transferiu a responsabilidade ao vice-presidente Hamilton Mourão. 


“Em relação ao Fundo Amazônia – as negociações ainda não estão em andamento, quando a gente tiver uma atualização a gente passa pra vocês”, disse.

Em outro momento de sua participação na COP26, Joaquim Leite, ao defender a gestão ambiental do governo Bolsonaro, afirmou que “onde existe muita floresta existe muita pobreza”. 

Segundo o Observatório do Clima, o ministro mentiu ao afirmar que o governo Bolsonaro tenha aumentado gastos com a proteção ambiental amazônica. A entidade também nega que exista a relação entre floresta e pobreza. 

Apesar de o governo ter aumentado o orçamento destinado à fiscalização ambiental para 2021, as ações previstas não foram executadas e o valor não foi repassado ao Ibama e ao ICMBio, conforme o previsto. 

Fundo Amazônia

Composto pela doação de países europeus, o fundo foi criado em 2008, para garantir a preservação da Amazônia. No entanto, desde o início da gestão Bolsonaro, nenhuma medida foi prevista para investir os valores captados. 

Além disso, a tentativa do governo Bolsonaro de mudar regras para a utilização do Fundo irritou apoiadores internacionais como a Alemanha e a Noruega, que suspenderam seus repasses.

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