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Ministério britânico da Defesa é acusado de sexismo e assédio

O Ministério da Defesa reagiu garantindo que atuará “para resolver as questões profundamente preocupantes”

Foto: JUSTIN TALLIS / AFP
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O Ministério britânico da Defesa foi acusado por cerca de 60 de suas funcionárias de alta patente de ter permitido uma cultura “tóxica” e de assédio em relação às mulheres por parte de seus colegas do sexo masculino, informou o jornal The Guardian nesta sexta-feira (17).

Em uma carta enviada aos seus superiores, à qual o jornal britânico teve acesso, essas mulheres afirmam que seu “trabalho cotidiano (na sede do ministério) se vê dificultado por comportamentos que seriam considerados tóxicos e inadequados na vida pública, mas que são tolerados no organismo de Defesa”.

A carta está acompanhada por testemunhos anônimos das experiências de assédio, com afirmações de que colegas do sexo masculino fizeram propostas, “apalparam” e “tocaram repetidamente” nas mulheres da instituição.

“Estamos submetidas a uma linguagem depreciativa, somos vítimas de assédio sexual, com olhares intrusivos, comentários sexuais e frases incessantes sobre nossas roupas, nossa aparência, ou nosso perfume”, afirmam.

Os incidentes são descritos como “um problema atual, não histórico”.

As mulheres acrescentam que as queixas anteriores sobre tais questões “foram, em geral, minimizadas, em vez de ouvidas”.

O Ministério da Defesa reagiu à publicação da carta, garantindo que atuará “para resolver as questões profundamente preocupantes levantadas” no texto.

“Nenhuma mulher deveria se sentir insegura no Ministério da Defesa, e esse comportamento não será tolerado”, acrescentou.

A Associação de Funcionários Públicos da Primeira Divisão (FDA, na sigla em inglês), um sindicato de funcionários públicos de níveis alto e médio, pediu “uma investigação imediata sobre essas acusações”.

“As histórias das experiências dessas mulheres são profundamente preocupantes. Toda pessoa têm direito a ser tratada com dignidade e respeito em seu local de trabalho”, reagiu o sindicato na plataforma X.

O Ministério da Defesa não é a primeira organização pública britânica a enfrentar esse tipo de acusação nos últimos anos. A polícia e os bombeiros de Londres e o Parlamento também foram acusados de permitir uma cultura sexista e atos de assédio moral, ou sexual, contra as mulheres.

No setor privado, a principal associação patronal, a CBI, também foi abalada este ano por acusações de agressão sexual, incluindo dois casos de estupro. Seu diretor foi demitido, e muitos de seus membros deixaram a organização.

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