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Milei admite que Malvinas estão ‘nas mãos do Reino Unido’

Declaração muda a postura oficial do governo sobre o tema

O novo presidente da Argentina, Javier Milei. Imagem: Alejandro Pagni/AFP
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O presidente da Argentina, Javier Milei, admitiu que as Ilhas Malvinas estão atualmente “nas mãos do Reino Unido” e que “não existe solução instantânea” para recuperá-las, em uma entrevista à BBC.

O chefe de Estado ultraliberal reconheceu também que podem ser necessárias “décadas” para tentar recuperar a soberania das Malvinas, mas deixou claro que a Argentina “não busca um conflito” com o Reino Unido.

O arquipélago, localizado a 400 quilômetros da costa argentina e a quase 13.000 quilômetros do Reino Unido, foi cenário de uma guerra de 74 dias entre Argentina e Reino Unido em 1982, que terminou com a rendição do país sul-americano e o balanço de 649 argentinos e 255 britânicos mortos.

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, visitou as ilhas em fevereiro e afirmou esperar que este território deseje permanecer sob a administração do Reino Unido “por muito tempo, possivelmente para sempre”.

“Se este território está agora nas mãos do Reino Unido, tem o direito de fazê-lo. Não vejo isto como uma provocação”, disse Milei ao ser questionado sobre o tema na entrevista publicada em inglês nesta segunda-feira no site do grupo de comunicação estatal britânico.

A posição de Milei diverge da postura de seu antecessor de esquerda, Alberto Fernández (2019-2023), que em 2022 afirmou que as “Malvinas foram, são e serão argentinas”.

A Argentina afirma que as ilhas, herdadas da coroa espanhola depois de sua independência, foram ocupadas em 1833 por tropas do Reino Unido, que expulsaram o governador e os moradores argentinos para o continente.

Londres destaca que quase 100% dos 2.000 residentes do arquipélago concordaram em prosseguir sob controle britânico em um referendo organizado em 2013.

“Não vamos renunciar à nossa soberania, nem vamos buscar um conflito com o Reino Unido”, declarou Milei, antes de acrescentar que isto “levará tempo” e envolverá uma “negociação de longo prazo”.

“Podem não querer negociar hoje. Podem querer negociar mais adiante. Muitas posições mudaram com o tempo”, disse.

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