A notícia que Jair Bolsonaro foi testado positivo para o coronavírus percorreu o mundo e estampa, na tarde desta terça-feira 07, as manchetes dos jornais mais relevantes de diversos países. Na maior parte deles, um contraponto visto como essencial: o presidente do Brasil vinha, até então, menosprezando os efeitos da pandemia e indo contra as recomendações sanitárias e de saúde.
O The New York Times escreveu que “Bolsonaro vem sendo criticado pela maneira como lidou com a pandemia, mesmo com os números de casos e mortes tendo avançado nos meses recentes”, diz o texto.
O jornal americano destaca também que o presidente esteve na Embaixada dos EUA no Brasil no último sábado, quando almoçou com o embaixador Todd Chapman em Brasília e que Bolsonaro integra, agora, uma longa lista de líderes mundiais que adquiriu a doença, como os premiês Boris Johnson (Reino Unido) e Mikhail Mishutin (Rússia).
Já o britânico The Guardian aponta que “o presidente de extrema-direita tem trivializado constantemente a pandemia” e relembra que, em março, quando Bolsonaro fez os primeiros testes, tinha afirmado que não seria acometido pela doença devido ao seu “histórico de atleta”.
“Depois de anunciar seu resultado positivo nesta terça-feira, Bolsonaro deu passos para se afastar dos repórteres com os quais ele falava, removeu sua máscara e, sorrindo, disse: “Olha para a minha cara. Eu estou bem, graças a Deus… obrigado a todos que estão rezando por mim. E para aqueles que me criticam, sem problemas, critiquem o quanto quiserem”, detalhou o jornal.
A emissora do Catar Al Jazeera, que também é a principal rede do Oriente Médio, também dava destaque à notícia na primeira página de seu portal. A frase “a vida continua”, dita por Bolsonaro ao anunciar a covid-19, é a manchete. “Líder brasileiro repetidamente diminuiu o perigo da COVID-19, descrevendo-a como uma ‘gripezinha'”, diz o texto.
O jornal El Clarín, da Argentina, também destacou que o presidente estava se tratando com a hidroxicloroquina, um medicamento com eficácia “não comprovado pela ciência” para lidar com a infecção. “O anúncio gerou uma corrida entre os altos funcionários do governo para realizarem o teste que detecta a doença”, complementou o jornal.
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