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Marco Rubio visita Israel em meio à tensão com Catar e iminente reconhecimento do Estado palestino

Segundo o Departamento de Estado, a missão tem como finalidade assegurar a Israel o respaldo dos Estados Unidos

Marco Rubio visita Israel em meio à tensão com Catar e iminente reconhecimento do Estado palestino
Marco Rubio visita Israel em meio à tensão com Catar e iminente reconhecimento do Estado palestino
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Foto: Nathan Howard/POOL/AFP
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O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, chegou a Israel neste domingo 14. O objetivo da visita é reafirmar o apoio norte-americano ao seu aliado, alguns dias antes do provável reconhecimento de um Estado palestino por diversos países na Assembleia Geral da ONU.

O alto diplomata desembarcou no Aeroporto Ben Gurion, próximo a Tel Aviv nesta manhã. A visita ocorre também cinco dias após o ataque israelense contra autoridades do Hamas no Catar, ocorrido na terça-feira 9, episódio que levou o ex-presidente Donald Trump a manifestar “profundo descontentamento”.

O atentado teve como alvo um complexo residencial localizado no coração de Doha, capital do país, que atua como mediador nas negociações por um cessar-fogo na Faixa de Gaza. “Esse ataque não mudará a natureza da nossa relação com Israel, mas precisaremos discutir o assunto, conversar sobre qual será o impacto”, declarou Rubio a jornalistas antes de sua partida.

Segundo o Departamento de Estado, a missão tem como finalidade assegurar a Israel o respaldo dos Estados Unidos diante do iminente reconhecimento de um Estado palestino por parte de vários países na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Desde o início da guerra em Gaza, Israel tem eliminado sistematicamente a liderança do movimento islâmico, prometendo destruí-lo e expulsá-lo do território palestino, onde o Hamas assumiu o poder em 2007.

“Os líderes terroristas do Hamas que vivem no Catar não se preocupam com a situação do povo de Gaza. Eles têm bloqueado todas as tentativas de cessar-fogo para prolongar indefinidamente o conflito”, afirmou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na rede social X. “Eliminá-los removeria o principal obstáculo à libertação de todos os nossos reféns e ao fim da guerra.”

Netanyahu é visto como ‘obstáculo’ para o fim da guerra

Entretanto, para o Fórum de Famílias de Reféns Israelenses detidos em Gaza, é o próprio Netanyahu quem representa um “obstáculo” à resolução do conflito. “Toda vez que um acordo está prestes a ser firmado, Netanyahu o sabota”, acusam.

Na Faixa de Gaza, sitiada e devastada por quase dois anos de guerra, o exército israelense prossegue com sua ofensiva na Cidade de Gaza. Segundo o governo israelense, a região é considerada um dos últimos redutos do Hamas. No sábado 13, o exército declarou que mais de 250 mil moradores já deixaram a cidade desde a intensificação dos bombardeios.

Por outro lado, o porta-voz da Defesa Civil em Gaza, Mahmoud Bassal, informou que apenas 68 mil pessoas conseguiram evacuar a área. Estimativas recentes da ONU indicam que cerca de um milhão de palestinos vivem na Cidade de Gaza — a maior do território — e em seus arredores.

No sábado, o exército israelense lançou panfletos conclamando os moradores dos bairros ocidentais da Cidade de Gaza a se deslocarem para o sul.

Contudo, diversos agentes humanitários alertam que um novo deslocamento da população do norte para o sul do território é inviável e representa riscos significativos.

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