Mundo
Mais de 6 mil casos de abuso sexual em escolas do Equador em 10 anos
O levantamento foi feito pela organização internacional Humans Rights Watch


Mais de 6 mil casos de violência sexual em ambientes escolares foram registrados no Equador na última década, informou nesta quarta-feira a organização Human Rights Watch (HRW).
“Muitas escolas continuam sem denunciar abusos ou sem aplicar integralmente os protocolos exigidos” pelas autoridades educacionais, afirmou a ONG em um comunicado.
Segundo a HRW, houve 6.368 casos de violência sexual por parte de professores, autoridades escolares e funcionários como zeladores e motoristas, além de estudantes na última década.
Além disso, “as instituições judiciais não investigam ou processam adequadamente crimes sexuais contra menores, dificultando aos sobreviventes alcançarem justiça”, afirmou a ONG.
Katherine La Puente, coordenadora dos direitos da criança da HRW, observou que “a resposta e as medidas de prevenção do Equador não estão à altura” para abordar a violência sexual no ambiente educacional.
“O Equador deve pôr fim à impunidade e aos comportamentos cúmplices que submetem milhares de crianças a abusos”, acrescentou La Puente.
Em 2020, a Corte Interamericana de Direitos Humanos determinou que o Estado equatoriano reconheça sua responsabilidade por violar os direitos humanos de Paola Guzmán Albarrací, que se suicidou após ser estuprada por uma autoridade escolar em 2001.
Desde os 14 anos, Guzmán foi sistematicamente abusada por Bolívar Espín, vice-diretor da escola pública que frequentava.
Sua prisão foi determinada em 2003, mas o homem fugiu. Em 2008, a Justiça equatoriana declarou prescrita a ação penal contra Espín.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

‘Quem se assustou tome um chá de camomila’, diz Maduro após questionamentos de Lula
Por AFP
Presidente de partido opositor do Chile renuncia após defender pai condenado por abuso sexual
Por AFP