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Maduro ordena fechamento da fronteira venezuelana com o Brasil

O anúncio ocorre dois dias antes da chegada da ajuda humanitária pedida pelo opositor Juan Guaidó

Maduro durante posse. Crédito: AFP Maduro presta juramento ao ser empossado para seu segundo mandato (AFP)
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O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou na tarde nesta quinta-feira 21 que fechará a fronteira com o Brasil. O anúncio ocorre dois dias antes da chegada da ajuda humanitária pedida pelo opositor Juan Guaidó e oferecida pelos Estados Unidos com o auxílio de países vizinhos da Venezuela, como o Brasil.

“A partir das 20 horas desta quinta-feira 21 fica fechada total e absolutamente, até novo aviso, a fronteira terrestre com o Brasil”, divulgou Maduro após uma reunião com a cúpula militar do país.

O fechamento ocorre dois dias após o governo brasileiro atender a um pedido do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, e anunciar envio de ajuda humanitária ao país vizinho.

A pedido da oposição ao regime chavista, remédios e mantimentos estão sendo armazenados em Roraima, na fronteira entre os dois países, aguardando envio à Venezuela. Maduro se nega a recebê-los, alegando que as doações são parte de um “show” com objetivo de invadir o país militarmente e tirá-lo do poder.

O presidente venezuelano disse que considera fechar também a fronteira com a Colômbia, diante do que ele chamou de “provocação e agressões” do governo de Iván Duque, que apoiou e deu suporte à iniciativa dos Estados Unidos de enviar ajuda humanitária à Venezuela.

“Quero que seja uma fronteira dinâmica e aberta, mas sem provocações, sem agressões, porque sou obrigado como chefe de Estado, chefe de governo e comandante das Forças Armadas a garantir a tranquilidade e a paz”, alegou Maduro.

Enviadas pelos Estados Unidos, toneladas de ajuda humanitária destinada a venezuelanos estão paradas na cidade colombiana Cúcuta. A entrada destes itens na Venezuela foi bloqueada por Caracas. O opositor Juan Guaidó, no entanto, prometeu que esses mantimentos entrarão no país no próximo sábado, apesar dos bloqueios montados por Maduro.

Sem apresentar provas, Maduro ainda afirmou que os alimentos armazenados na fronteira com Brasil e Colômbia são “cancerígenos” e disse ter informações confiáveis de que os militares colombianos decidiram não realizar qualquer ataque contra a Venezuela.

Leia também: "Ajuda humanitária" do Brasil alimenta barril de pólvora na Venezuela

O Brasil foi a segunda fronteira fechada na Venezuela. Na quarta-feira, Caracas informou que fechou a fronteira marítima com as ilhas das Antilhas Holandesas devido ao plano da oposição de levar ajuda humanitária ao território venezuelano no sábado.

Maduro nega a existência de uma crise humanitária na Venezuela e alega que o envio de ajuda seria um pretexto para os Estados Unidos promoveram um golpe de Estado no país. Ele acusa ainda os EUA, devido à imposição de sanções econômicas, pela hiperinflação e pela severa escassez de alimentos e remédios, que forçaram o exílio de 2,3 milhões de pessoas desde 2015.

A Venezuela vive grande instabilidade política desde 10 de janeiro passado, quando Nicolás Maduro tomou posse após eleições que não foram reconhecidas como legítimas pela maioria da comunidade internacional.

A crise política agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino e declarou assumir os poderes executivos de Maduro.

Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres. Diversos países reconheceram o líder opositor, inclusive o Brasil. 

* Com a agência internacional DW.

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