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Maduro diz estar disposto a negociar, mas descarta nova eleição

Já Juan Guaidó quer que a Alemanha e a União Europeia (UE) apliquem sanções concretas a Maduro e pediu para venezuelanos irem às ruas

Nicolás Maduro afirma que Exército venezuelano está preparado para atuar sob qualquer circunstância. Nicolás Maduro afirma que Exército venezuelano está preparado para atuar sob qualquer circunstância.
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*Com informações da Deutsche Welle 

Depois de mais de uma semana de embate acirrado com a oposição, Nicolás Maduro disse que está disposto a negociar. “Estou disposto a sentar para conversar com a oposição para que possamos discutir em prol da paz e do futuro da Venezuela”, afirmou nesta quinta-feira 30, em entrevista à agência de notícias estatal russa RIA Novosti.

O presidente venezuelano sugeriu que as negociações sejam mediadas por outros países, como México, Uruguai, Bolívia, Vaticano e Rússia e considerou um novo pleito, para o legislativo: “Seria muito bom realizar eleições parlamentares antes do planejado. Seria uma boa forma de discussão política”, disse Maduro, de acordo com a agência russa.

Ao mesmo tempo, ele negou a possibilidade de realizar eleições presidenciais, que já “ocorreram, e se imperialistas querem novas eleições, deixe-os esperar até 2025”.

Uma manifestação em massa na Venezuela, convocada pelo líder da oposição e presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, está prevista para esta quarta 30. Ele pediu que venezuelanos saiam de suas casas e locais de trabalho por duas horas, na primeira grande mobilização desde os protestos da semana passada.

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Sanções

Guaidó quer que a Alemanha e a União Europeia (UE) apliquem sanções concretas a Maduro. “Precisamos de sanções como as impostas pelos Estados Unidos”, disse Guaidó ao jornal alemão Bild, em entrevista publicada hoje.

“Temos uma ditadura e deve ser feita pressão. Cada vez mais pessoas são assassinadas. Além disso, está claro que o regime de Maduro é absolutamente corrupto”, disse Guaidó ao Bild.

Guaidó se referia a sanções anunciadas pelos EUA contra a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) na segunda-feira 28. Elas têm o objetivo de limitar as exportações de petróleo do país e pressionar pela renúncia de Maduro.

Leia também: Crise na Venezuela opõe aliados e adversários internacionais de Maduro

França, Alemanha, Reino Unido e Espanha estão pressionando Maduro a deixar seu posto e anunciar eleições. No último sábado, esses países ameaçaram reconhecer Guaidó como o presidente da Venezuela caso um novo pleito não seja planejado. A legitimidade das eleições em que Maduro foi eleito para um segundo mandato, em maio do ano passado, é amplamente contestada. Maduro rejeitou o ultimato dos países europeus.

Guaidó insistiu que a UE mantenha o ultimato e que “implemente as consequências”.

O líder oposicionista se proclamou presidente interino do país e prometeu instalar um governo de transição, além de convocar novas eleições. Em meio a uma disputa com Maduro pelo apoio das Forças Armadas, Guaidó foi proibido pela Justiça da Venezuela de deixar o país e teve seus bens bloqueados.

“Se eu pensasse o tempo todo no medo, não poderia estar aqui”, confessou ao Bild. “Todos aqui vivemos sempre na iminência de sermos presos e até mesmo assassinados. Mas isso não nos impede de assumir nossa responsabilidade”, afirmou, recordando o número de vítimas dos protestos recentes no país.

A ONU estimou que ao menos 40 pessoas foram mortas e mais de 850 presas entre 21 e 26 de janeiro na Venezuela, em meio a manifestações contra e a favor de Maduro, que geraram uma série de confrontos.

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