Mundo

Macron pede urgência no G7 sobre Amazônia: “crise internacional”

Presidente francês diz que queimadas na Amazônia serão prioridade no encontro, que começa no próximo sábado 24

Foto: ERIC GAILLARD / POOL / AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente francês Emmanuel Macron convocou, nesta quinta-feira 22, os membros dos países ricos para discutirem as queimadas da Amazônia no encontro do G7, que acontece nesse final de semana na cidade de Biarritz, na França. O G7 é um encontro anual dos líderes da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, as nações mais ricas do mundo.

“Nossa casa está queimando. Literalmente. A Floresta Amazônica – os pulmões que produzem 20% do oxigênio do nosso planeta – está pegando fogo. É uma crise internacional. Membros do encontro do G7, vamos discutir essa emergência com prioridade em dois dias!”, escreveu Macron com uma hashtag #AjaPelaAmazônia escrita em seguida.

Essa não é a primeira vez que o presidente francês confronta Jair Bolsonaro em relação às políticas ambientais brasileiras. No encontro da cúpula do G20 – que reúne os 20 países com as maiores economias do mundo – em junho, Macron afirmou que a França não assinaria o recém-nascido acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul se o Brasil não se comprometesse com o Acordo de Paris, firmado em 2015. Para entrar em vigor, o parlamento europeu e os legislativos de todos os países envolvidos precisam ratificar o acordo, o que ainda não tem data para acontecer.

Na época, Jair Bolsonaro rebateu e afirmou que não tinha a intenção de sair do Acordo. Além disso, “convidou” Emmanuel Macron para ‘explorar a Amazônia‘ com ele.

“Olha, de Boa Vista a Manaus são mais ou menos duas horas de voo, tu olha pra baixo e não vê nada de degradado no tocante ao meio ambiente. […] Nem quero comparar com a Europa, que não tem mais nada. […] Enquanto eu for presidente, a Amazônia é nossa. Nós pretendemos explorar de forma racional. Convido-o a explorar a Amazônia conosco”, relatou o presidente na ocasião, adicionando que também mencionou o assunto à Angela Merkel, primeira-ministra alemã.

Merkel é outra da lista de desafetos do governo federal que também estará em Quebec a partir de sábado. Recentemente, o país barrou o aporte financeiro destinado ao Fundo Amazônia, uma quantia de 35 milhões de euros, ou 155 milhões de reais que seriam destinados para projetos de preservação da região.

Em resposta, Jair Bolsonaro disse que o Brasil não precisava do dinheiro. “Investir? Ela não vai comprar a Amazônia. Vai deixar de comprar a prestação a Amazônia. Pode fazer bom uso dessa grana. O Brasil não precisa disso”, afirmou.

Bolsonaro responde

No início da noite desta quinta, o presidente Jair Bolsonaro se pronunciou sobre o assunto em sua conta no Twitter. Em tom comedido, lamentou que Macron “busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos para ganhos políticos pessoais”. Por fim, disse que o governo brasileiro “segue aberto ao diálogo, com base em dados objetivos e no respeito mútuo”.

*Erramos: A reunião da cúpula do G7 será em Biarritz, na França, e não em Quebec.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.