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Macron diz que proposta russa sobre corredores humanitários é ‘cinismo’

O presidente da França criticou planos de rotas que levariam os ucranianos à Rússia e à Bielorrússia

O presidente da França, Emmanuel Macron. Foto: Ludovic MARIN/AFP
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O presidente da França, Emmanuel Macron, criticou o homólogo russo Vladimir Putin por “cinismo moral e político” ao se referir à criação de corredores humanitários que levariam civis ucranianos para a Rússia e para a Bielorrússia.

“Não conheço muitos ucranianos que queiram se refugiar na Rússia”, disse o chefe de Estado, em entrevista publicada nesta segunda-feira 7 na emissora francesa TF1. “É cinismo, moral e político, e isso me parece insuportável.”

A declaração de Macron faz coro com a posição das próprias autoridades ucranianas que criticam a Rússia pela definição das rotas dos corredores humanitários. O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia considerou como “inaceitáveis” as vias planejadas.

A ideia de traçar essas vias surgiu após duas rodadas de negociações entre Moscou e Kiev, na semana passada. Esses caminhos permitiriam a retirada de civis das cidades ucranianas de Kiev, Karkhiv, Mariupol e Sumy, por meio de um acordo de cessar-fogo.

Segundo o Kremlin, a decisão de abrir os corredores atende a um “pedido pessoal” do presidente da França, que tenta a reeleição em seu país e tem insistido em estabelecer diálogos com Putin como uma espécie de mediador.

O governo Putin acusa a Ucrânia de tentar interromper a operação humanitária. Em informe desta segunda, as Forças Armadas do país disse que exige da parte ucraniana “que cumpra estritamente todas as condições para a criação de corredores humanitários nas diretrizes enumeradas e que garanta uma retirada organizada de civis e cidadãos estrangeiros”.

Segundo o Ministério da Defesa russo, grupos de nacionalistas ucranianos têm impedido que a população saia do país, sob ameaça de violência física.

“Advertimos que são inúteis e sem sentido todas as tentativas da parte ucraniana de enganar a Rússia e a todo o mundo civilizado ao interromper a operação humanitária, supostamente por culpa da Federação Russa”, afirmou a corporação, que diz ter notificado as Nações Unidas, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa e a Cruz Vermelha.

O Escritório de Direitos Humanos da OSCE pediu que os corredores sejam habilitados “sem demora”, sob proteção internacional. A terceira rodada de negociações entre a Rússia e a Ucrânia, que deve tratar do tema, ocorre nesta segunda-feira, na fronteira da Bielorrúsia com a Polônia.

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