Mundo
Macron afirma que será ‘inflexível’ com proibição de vestir abayas e qamis em sala de aula
Decisão é considerada islamofóbica e rompe com preceitos da laicidade no país
O governo da França será “inflexível” com a proibição de vestir abayas e qamis nas escolas, afirmou nesta sexta-feira o presidente francês, Emmanuel Macron, cujo Executivo considera que estes trajes violam a laicidade.
“Sabemos que haverá casos (…) talvez de negligência, mas muitos para tentar desafiar o sistema republicano. Temos que ser inflexíveis”, declarou o chefe de Estado durante uma visita a uma escola profissionalizante em Orange, sul da França.
O ministro de Educação francês, Gabriel Attal, anunciou no domingo que o governo proibiria estas túnicas — utilizadas habitualmente em países do Magrebe e árabes — nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio.
A abaya cobre o corpo totalmente, com exceção do rosto, mãos e pés. O uso deste traje por adolescentes gerou polêmica na França, sobretudo devido às críticas por parte da direita e extrema direita.
Attal indicou na quinta-feira que a nova norma incluirá também a proibição ao uso do qamis, versão masculina do traje.
Em uma nota enviada a diretores de escolas, o ministro justificou a medida afirmando que os trajes mostram “ostensivamente uma afiliação religiosa no ambiente escolar”, o que “não é possível tolerar”.
“A laicidade é um dos valores fundamentais da escola da República francesa”, justificou o novo ministro da Educação.
Em 2004, a França proibiu que alunos levassem às escolas e institutos qualquer símbolo religioso ostensivo, como o véu islâmico e quipás.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.