O jornal espanhol El País publicou nesta terça-feira 2 uma análise sobre o primeiro ano do governo Lula e cravou que o presidente devolveu a ‘normalidade democrática ao Brasil após mandato caótico de Bolsonaro’.
A publicação retomou alguns feitos do terceiro mandato de Lula – que já serviu como presidente do País de 2003 a 2010 – e destacou o fato de o petista tornar realidade o lema de ‘reconstruir o Brasil’. Considerou que o petista conseguiu reposicionar o debate político brasileiro em torno dos principais problemas socioeconômicos do País e das dificuldades de obtenção de apoio suficiente para a aprovação de leis, pondo fim aos ataques verbais vindos da presidência, bem como às tentativas de criminalizar adversários políticos ou circular teorias da conspiração.
O jornal considerou entre os feitos do primeiro ano a neutralização da tentativa de golpe antidemocrático no 8 de Janeiro; a aprovação de uma ‘tímida’, porém histórica reforma tributária, que modifica um sistema tributário injusto e desatualizado que foi alterado pela última vez há mais de três décadas; a retomada da luta contra a fome e a diminuição no desmatamento.
No cenário exterior, o jornal considerou que o País ‘foi transformado em uma espécie de oásis de estabilidade’ em relação aos países da América Latina, e fez a comparação citando episódios tais como o “terremoto’ que a extrema-direita Javier Milei desencadeou na Argentina, o medo de uma guerra entre a Venezuela e a Guiana devido aos cálculos políticos de Nicolás Maduro, os ups e downs constitucionais no Chile e a deriva autoritária de Nayib Bukele em El Salvador”.
Também houve destaque à área econômica conduzida pelo petista que, segundo o jornal, “tem sido o ponto brilhante de seu mandato”, considerando que o PIB do Brasil cresceu 3% em 2023, quatro vezes mais do que o previsto quando Lula assumiu o cargo.
O El País também elencou os principais desafios do governo Lula para este ano, entre eles definir a reforma do imposto sobre o rendimento, e ampliar um programa de apoio à renegociação de dívidas domésticas e empresariais.
O periódico espanhol ainda avaliou que as eleições municipais deste ano darão uma ideia mais clara de onde as forças políticas estão no Brasil, após uma eleição presidencial que viu o voto nacional se dividir entre dois blocos, estando Lula à frente de uma grande articulação com partidos da centro-direita.
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