Mundo
Lula propõe moeda comum para os Brics e projeta NBD maior que Banco Mundial
Ao lado do primeiro-ministro espanhol, Lula cita o Euro como exemplo para moeda comum entre os Brics
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quarta-feira 26, a criação de uma moeda como para comercialização entre os Brics, o grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em Madri, Lula usou como exemplo a criação do Euro para justificar a proposta.
“Eu sou favorável que a gente crie, nos Brics, uma moeda de negociação entre os nossos países, como os europeus criaram o Euro”, disse Lula. “A gente criou o Banco dos Brics e a gente quer, efetivamente, que o Banco dos Brics se transforme em um grande banco de investimento”, pontuou o presidente.
No mês passado, Lula participou, na China, da cerimônia de posse de Dilma Rousseff como presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como “Banco dos Brics”. A instituição foi criada em 2014 e começou as suas operações em 2015. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o capital inicial do banco era de 50 bilhões de dólares, com autorização para chegar a 100 bilhões de dólares.
Tratando do tema, o presidente brasileiro afirmou que, “se for possível”, o Banco dos Brics poderá ser maior que o Banco Mundial. E complementou: “Não é grande coisa ser maior que o Banco Mundial, porque o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], no Brasil, foi, durante muito tempo, maior que o Banco Mundial”.
De fato, a instituição brasileira chegou a superar o Banco Mundial, em termos de financiamentos, no passado. Em 2011, por exemplo, o BNDES somou 73 bilhões de dólares em financiamentos, segundo dados da própria instituição. O Banco Mundial, por sua vez, destinou 43 bilhões de dólares em empréstimos. A soma dos desembolsos para financiamento feitos pelo BNDES superou a do Banco Mundial, também, em 2012. Entre 2005 e 2010, os empréstimos do BNDES cresceram, em dólares, 391%, ao passo que aqueles feitos pelo Banco Mundial cresceram, na mesma moeda, 196%.
O Banco dos Brics, entretanto, precisaria alcançar um novo patamar no contexto global para superar, como indicou Lula, o Banco Mundial. Segundo relatórios enviados a investidores do NBD, divulgados no mês passado, a instituição já somou um total de 30 bilhões de dólares em financiamentos aprovados, desde que foi criado. Do montante aprovado, porém, 14,6 bilhões de dólares foram executados.
Já o Banco Mundial, segundo dados da própria instituição, assumiu compromissos de empréstimos de 36,6 bilhões de dólares em 2023. Em 2021 e 2022, o banco desembolsou, a cada ano, mais de 60 bilhões de dólares para países parceiros.
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