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Lula: invasão da polícia do Equador à embaixada do México é ‘inaceitável’
O discurso do presidente não foi transmitido pelo governo brasileiro, mas o Palácio do Planalto divulgou uma transcrição
O presidente Lula (PT) classificou como “inaceitável” a invasão da embaixada do México em Quito, no Equador, em uma operação policial para prender o ex-vice-presidente do país, Jorge Glas. A declaração foi dada durante discurso nesta terça-feira 16, na cúpula virtual da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos.
Além disso, o petista cobrou que o Equador peça desculpas formais ao México e que os países região atuem “para que episódios como este nunca mais voltem a ocorrer”. A reunião da Celac foi convocada para discutir a invasão, ocorrida no início do mês.
“Medida dessa natureza nunca havia ocorrido, nem nos piores momentos de desunião e desentendimento registrados na América Latina e no Caribe. Nem mesmo nos sombrios tempos das ditaduras militares em nosso continente”, afirmou Lula. “O que aconteceu em Quito é simplesmente inaceitável e não afeta só o México”.
O discurso do presidente não foi transmitido pelo governo brasileiro, mas o Palácio do Planalto divulgou uma transcrição da declaração após o evento. Não é a primeira vez que o petista critica a ação da polícia equatoriana.
Na última semana, ele telefonou para o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, e disse considerar que a invasão à embaixada foi “uma grave ruptura do direito internacional”.
Ainda no discurso, Lula argumentou que o desafio das nações, neste momento, é de encontrar caminhos para a reconstrução da confiança e do diálogo. “Precisamos olhar para frente e buscar formas para superar esta crise. Não devemos esperar que venha de fora o encaminhamento desse conflito. Precisamos valorizar nossos próprios meios e instâncias”, completou.
A invasão à embaixada aconteceu no dia 5 de abril. Policiais foram até a embaixada do México, em Quito, para prender Jorge Glas, ex-vice-presidente equatoriano. Ele foi condenado a seis anos de prisão por corrupção, mas recebeu asilo político do governo mexicano e estava na embaixada desde dezembro passado.
Na operação, Glas foi arrancado a força do prédio, e um dos agentes apontou uma arma para o chefe da missão mexicana, Roberto Canseco, que tentou impedir a ação.
De acordo com a Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas, de 1961, os locais de missões de um país dentro de um outro — como embaixadas e consulados — são considerados invioláveis. Ou seja, a polícia deveria solicitar permissão ao embaixador mexicano para ingressar na representação do Equador no país.
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