Liz Truss é eleita a nova primeira-ministra do Reino Unido

A ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, foi a escolhida pelos conservadores britânicos para ocupar o cargo de primeira-ministra no país no lugar de Boris Jhonson, que renunciou após uma série de escândalos e polêmicas durante a pandemia.

A escolha de Truss foi sacramentada nesta segunda-feira 5 por 81.326 votos contra 60.399 do principal oponente, Rishi Sunak, ex-ministro das Finanças. A conservadora já era apontada desde a semana passada como favorita, tendo sido parabenizada Sunak antes mesmo de ser confirmada no cargo.

Ela assume o cargo já na terça-feira 6 após uma reunião com a rainha Elizabeth II e com o desafio de encontrar uma solução para a crise econômica que atinge o país. A inflação no Reino Unido está em 10%, algo que não se via há 40 anos. Há projeções de que o índice supere 20% após outubro com o aumento do preço da energia.

Especialistas apontam que a conta de luz dos britânicos vai aumentar cerca de 80% a partir de outubro, com o risco de que os mais vulneráveis não tenham condições de aquecer suas residências durante o inverno, no final do ano. Diante dessa situação, especula-se que a nova chefe do governo tente impor um congelamento dos preços, como sugere a oposição trabalhista.

“Vou implementar um plano para reduzir nossos impostos e aumentar o crescimento da nossa economia”, resumiu Truss logo após o anúncio de sua vitória, em uma declaração que dá o tom das prioridades da nova chefe do governo britânico.

Os últimos dados apontam uma retração da economia britânica inédita desde fevereiro de 2021. Os números sugerem que o país está prestes a entrar em recessão.

Há ainda a expectativa pela maneira como Truss irá lidar com as diversas greves que se alastram pelo Reino Unido nos setores de transportes, correios, doqueiros e até advogados. Durante sua campanha para o cargo, ela disse ser defensora do livre comércio, favorável à redução de impostos e também declarou defender a limitação ao direito de greve.

Nascida em 26 de julho de 1975, ela foi ativa no partido liberal-democrata centrista antes de se juntar aos conservadores, pelos quais se tornou deputada em 2010, pelo distrito eleitoral de South West Norfolk (leste da Inglaterra).

Antes de chegar ao posto de primeira-ministra, ela ocupou cargos nos ministérios da Educação, do Meio Ambiente, da Justiça e depois foi secretária-chefe do Tesouro. Atualmente era a ministra das Relações Exteriores.

Truss será a terceira mulher a chefiar o governo britânico e tem sido comparada a Margaret Thatcher, de quem ela se declara ser uma grande admiradora.

Reações

Boris Johnson foi um dos primeiros a reagir à vitória de Liz Truss. Nas redes sociais, ela pediu união de seu partido após o resultado do voto.

“Chegou a hora de todos os conservadores apoiá-la 100% (…) Ela tem um bom projeto para atacar a crise do custo de vida”, declarou e ex-premiê.

Congratulations to @trussliz on her decisive win. I know she has the right plan to tackle the cost of living crisis, unite our party and continue the great work of uniting and levelling up our country. Now is the time for all Conservatives to get behind her 100 per cent.

— Boris Johnson (@BorisJohnson) September 5, 2022

O chanceler alemão Olaf Scholz também reagiu nas redes sociais. “O Reino Unido e a Alemanha continuarão a trabalhar em estreita colaboração como parceiros e amigos”, declarou o chefe do país que representa um dos motores da economia europeia.

Congratulations on your new role, @trussliz! I am looking forward to our cooperation in these challenging times. The UK and Germany will continue to work closely together – as partners and friends.

— Bundeskanzler Olaf Scholz (@Bundeskanzler) September 5, 2022

(Com informações de AFP e RFI)