Mundo

Kremlin acusa Biden de querer ‘desviar atenção’ de programa químico e biológico na Ucrânia

A Rússia também negou que esteja violando o direito internacional, após ser acusada pela Ucrânia de usar bombas de fósforo em sua intervenção militar no país vizinho

Joe Biden e Vladimir Putin. Fotos: AFP
Apoie Siga-nos no

O Kremlin acusou o presidente Joe Biden, nesta sexta-feira (25), de querer “desviar a atenção” do programa americano de armas químicas e biológicas na Ucrânia, com suas declarações sobre o possível uso de armas químicas, por parte da Rússia, na Ucrânia.

“Está claro que os americanos tentam desviar a atenção, falando de uma suposta ameaça russa, dentro do escândalo provocado (…) pelos programas de desenvolvimento de armas químicas e biológicas dos Estados Unidos em vários países, incluindo a Ucrânia”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa.

Na quinta-feira, Biden prometeu que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) reagiria caso o presidente russo Vladimir Putin decida usar armas químicas na Ucrânia, onde Moscou iniciou uma ofensiva em 24 de fevereiro.

“A natureza da resposta dependerá da natureza do uso”, advertiu.

O presidente americano disse na segunda-feira que era “claro” que a Rússia estava considerando o uso de armas químicas e biológicas na Ucrânia e alertou para uma resposta “severa” do Ocidente caso o país decida seguir adiante.

O ministério da Defesa russo acusa quase diariamente o governo dos Estados Unidos de ter financiado um programa de armas biológicas na Ucrânia e afirma ter encontrado evidências em laboratórios ucranianos.

Entre outros programas, Moscou acusa Washington de querer usar aves migratórias para propagar patógenos.

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, afirmou que o governo dos Estados Unidos realiza as atividades “em sigilo” criando laboratórios “ao longo do perímetro da Rússia e da China”.

Estados Unidos e Ucrânia negaram a existência de laboratórios para produzir armas biológicas no país.

Kremlin nega violação do direito internacional em ofensiva na Ucrânia

A Rússia negou, nesta sexta-feira, que esteja violando o direito internacional, após ser acusada pela Ucrânia de usar bombas de fósforo em sua intervenção militar no país vizinho.

“A Rússia nunca violou qualquer convenção internacional”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, respondendo a uma pergunta dos jornalistas sobre estas acusações ucranianas.

As bombas de fósforo são armas incendiárias cujo uso contra civis é proibido, embora exista a permissão para a utilização contra alvos militares, de acordo com uma Convenção assinada em 1980 em Genebra.

O protocolo III da Convenção Internacional sobre Armas Convencionais estipula que este tipo de arma “é proibido em qualquer circunstância” contra a população civil. Também é proibida contra alvos militares se estão próximos da população civil.

Rússia e Ucrânia assinaram o protocolo.

Vários países foram acusados de usar armas incendiárias nos últimos anos, como Estados Unidos em 2004 no Iraque ou a Rússia em 2018 na Síria.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo