Mundo

Israel segue atacando Gaza depois de bombardear túneis do Hamas

Soldados israelenses atacaram Beit Hanun, no norte da Faixa, e Al Bureij, no centro

Foto: Mohammed Abed/AFP
Apoie Siga-nos no

O Ministério da Saúde do Hamas, que governa Gaza, afirmou no seu último relatório neste sábado que 7.703 pessoas, principalmente civis, morreram nos bombardeios israelenses. Segundo o Hamas, mais de 3.500 crianças estão entre os mortos.

Neste sábado, o porta-voz do serviço de Defesa Civil de Gaza informou que centenas de edifícios e casas foram “completamente destruídos” apenas nos bombardeios israelenses da madrugada.

O Exército de Israel disse ter atingido “150 alvos subterrâneos” no norte da Faixa de Gaza, onde afirma que o Hamas conduz suas operações a partir de uma gigantesca rede de túneis.

O Exército afirmou ter matado “vários terroristas do Hamas”, incluindo um dos responsáveis pela organização da ofensiva de 7 de outubro.

Segundo jornalistas da AFP em Gaza, os bombardeios israelenses por aviação e artilharia continuaram neste sábado.

Durante a noite, o Hamas relatou intensos confrontos entre os seus combatentes e soldados israelenses, que atacaram Beit Hanun, no norte da Faixa, e Al Bureij, no centro.

Os militares israelenses confirmaram que as suas forças haviam operado “dentro de Gaza”, tal como fizeram nas duas noites anteriores. Em resposta, o Hamas disparou foguetes contra várias cidades de Israel.

“Continuaremos bombardeando por via aérea e marítima”, disse o porta-voz do Exército, Daniel Hagari. “A eliminação (dos líderes do Hamas) os enfraquece”, acrescentou, observando que o Exército não reportou vítimas durante as operações noturnas.

Famílias dos reféns, preocupadas

A perspectiva de uma ofensiva terrestre israelense em Gaza preocupa a comunidade internacional, que teme que o conflito desencadeie um conflito regional. O Irã, patrocinador do Hamas e do movimento libanês Hezbollah, emitiu vários avisos sobre isso aos Estados Unidos, o mais fiel aliado de Israel.

“Israel deve parar imediatamente com esta loucura”, acrescentou neste sábado o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em uma mensagem na rede social X.

Depois dos últimos bombardeios israelenses e de “uma noite de imensa angústia”, as famílias dos reféns detidos pelo Hamas, na sua maioria israelenses, disseram estar “preocupadas” com o seu destino e exigiram explicações ao governo de Benjamin Netanyahu.

Segundo o Exército de Israel, 229 reféns – israelenses, de dupla nacionalidade ou estrangeiros – foram capturados em 7 de outubro pelo Hamas e levados à força para Gaza. Desde então, os islamitas libertaram quatro mulheres cativas.

Um alto funcionário do Hamas, Musa Abu Marzuk, em visita a Moscou, disse neste sábado que estão tentando localizar oito reféns com dupla nacionalidade, russa e israelense, para libertá-los.

O mesmo responsável disse, no entanto, que não houve progressos nas negociações para a libertação dos outros reféns, entre os quais mencionou civis e soldados.

Corte de comunicações

Os bombardeios noturnos coincidiram com um apagão de comunicações e Internet na Faixa de Gaza.

O Crescente Vermelho palestino e várias ONGs e agências da ONU afirmaram ter perdido contato com as suas equipes.

As operações humanitárias e a atividade hospitalar “não podem continuar sem comunicações”, advertiu Lynn Hastings, coordenadora do gabinete de assuntos humanitários da ONU.

Além disso, esta situação “também impede que as ambulâncias cheguem aos feridos”, afirmou o diretor da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Este bloqueio de informação cria o risco de encobrir atrocidades em massa e de contribuir para a impunidade das violações dos direitos humanos”, afirmou a Human Rights Watch.

O enclave palestino está sujeito a um bloqueio terrestre, marítimo e aéreo israelense há 16 anos, ao qual se soma, desde 9 de outubro, um “cerco total” por parte do Estado hebreu. O porta-voz militar Hagari esclareceu que neste sábado será permitida a entrada de alimentos, remédios e água para a população de Gaza.

Desde 21 de outubro, apenas 84 caminhões de ajuda humanitária chegaram a Gaza vindos do vizinho Egito, segundo a ONU, que estima que seriam necessários pelo menos cem por dia.

Ao mesmo tempo, a tensão atinge o seu ponto mais alto na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967. Mais de uma centena de palestinos morreram ali pelas mãos de soldados ou colonos israelenses desde 7 de outubro.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo