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Israel inicia operação militar dentro do maior hospital de Gaza

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 22 dos 36 hospitais da Faixa de Gaza já não estão funcionando, em meio aos bombardeios israelenses

Registro da área externa do hospital Al Shifa, na Faixa de Gaza, em 10 de novembro de 2023. Foto: AFP
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O Exército de Israel anunciou na madrugada desta quarta-feira 15 (noite de terça no Brasil) que estava realizando uma operação “seletiva” dentro do hospital Al Shifa, o mais importante da Faixa de Gaza. O governo israelense alega que o grupo palestino Hamas esconde no local uma posição de comando.

“Com base na informação de inteligência e na necessidade operacional, as Forças de Defesa de Israel realizam uma operação seletiva e de precisão contra o Hamas em um setor específico do hospital Al Shifa”, declarou o Exército em um comunicado, em inglês.

A nota ainda diz que o Hamas “usa civis como escudos humanos” e que as Forças de Defesa de Israel “facilitaram evacuações em larga escala do hospital”.

“Apelamos a todos os terroristas do Hamas presentes no hospital que se rendam”, conclui o comunicado.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza já havia informado ter recebido um aviso do Exército israelense sobre a intenção de realizar uma operação no hospital.

O principal hospital de Gaza já enterrou dezenas de mortos em uma vala comum, anunciou nesta terça o seu diretor. Enquanto isso, milhares de civis permanecem presos no complexo, uma situação “horrível”, segundo definição da ONU.

“Há cadáveres espalhados pelos corredores do complexo hospitalar e as salas refrigeradas dos necrotérios não têm mais energia elétrica“, afirmou o diretor do hospital, Mohamad Abu Salmiya, em referência à escassez na Faixa de Gaza provocada pela guerra e o cerco imposto por Israel desde 9 de outubro.

Segundo uma estimativa do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, haveria no hospital pelo menos 2.300 pessoas presas por causa dos combates.

A ONG Médicos Sem Fronteiras indicou nesta terça, na rede X, que tiros foram direcionados contra uma das três instalações da organização perto do hospital Al Shifa, onde havia “mais de 100 pessoas, entre elas 65 crianças”, incluindo pessoal da MSF e seus familiares. A organização pediu a Israel que estabeleça uma “passagem segura” para evacuá-los.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 22 dos 36 hospitais da Faixa de Gaza já não estão funcionando.

Em Gaza, o Ministério da Saúde, controlado pelo Hamas, afirmou que 11.320 pessoas morreram nos ataques de Israel, incluindo 4.650 crianças.

(Com informações da AFP)

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