Mundo

Investigado por assédio a 11 mulheres, governador de Nova York renuncia

No cargo desde 2011, Andrew Cuomo não resistiu à repercussão do caso, que levou a maioria de seus aliados a abandoná-lo

Investigado por assédio a 11 mulheres, governador de Nova York renuncia
Investigado por assédio a 11 mulheres, governador de Nova York renuncia
Governador de Nova York, Andrew Cuomo. Foto: AFP
Apoie Siga-nos no

Após semanas de pressão provocada por denúncias de assédio sexual, o governador de Nova York Andrew Cuomo anunciou nesta terça-feira 10 que renunciará ao cargo.

Segundo ele, a renúncia entrará em vigor dentro de 14 dias. Quem o substitui é a democrata Kathy Hochul, que se tornará a primeira mulher a governar o estado americano.

O governador atribuiu sua renúncia a uma necessidade política, dada a tempestade de controvérsias em torno de sua liderança, incluindo um inquérito de impeachment que ele chamou de “distração” das questões urgentes que pressionam o estado enquanto este se recupera da pandemia.

“Acho que, dadas as circunstâncias, a melhor forma de ajudar agora é me afastar e deixa o governo lidar com o governo”, disse Cuomo em um discurso ao vivo. Sua renúncia ocorreu após uma entrevista coletiva de 45 minutos de Rita Glavin, sua advogada, durante a qual ela refutou as alegações do relatório e atacou a credibilidade dos investigadores, das mulheres que apresentaram as acusações e da imprensa.

O anúncio de Cuomo, democrata com três mandatos, vem uma semana depois de um relatório do procurador-geral do Estado de Nova York concluir que governador assediou sexualmente quase uma dúzia de mulheres, incluindo atuais e ex-funcionárias do governo. Os relatos envolvem toques indesejados e comentários inadequados.

Também descobriu-se que Cuomo e seus assessores retaliaram ilegalmente pelo menos uma delas por tornar suas reclamações públicas e “promover um ambiente de trabalho tóxico”.

No discurso, o governador reconheceu que algumas de suas ações, incluindo abraços, beijos no rosto e referir-se às mulheres como “querida” podem ter deixado as mulheres desconfortáveis. Mas reiterou que não acredita ter cometido qualquer má conduta, negando as alegações mais sérias de toques indesejados.

“Em minha mente, nunca cruzei a linha com ninguém”, disse Cuomo. “Mas eu não percebi até que ponto a linha foi redesenhada.”

Após a divulgação do relatório, os líderes da Assembleia Estadual, que é controlada por democratas, iniciaram a redação de um pedido de impeachment, que segundo fontes, teriam apoio o suficiente para retirar Cuomo do cargo. Ele seria o segundo governador a sofrer um processo de impedimento na história do estado norte-americano.

*com informações de AFP

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo