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Hospitais de Gaza suspendem operações

Em meio a pesados combates entre Israel e o Hamas, dois hospitais do norte do enclave palestino pararam de aceitar novos pacientes após escassez de energia e medicamentos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse estar preocupada com o destino de centenas de pacientes no hospital Al Shifa Foto: Ismail Zanoun/AFP
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Dois hospitais no norte de Gaza afirmaram que fecharam para novos pacientes neste domingo (12/11) devido à escassez de combustível para geradores e medicamentos, afirmaram autoridades de saúde palestina. Entre eles estão o maior e o segundo maior hospital de Gaza, Al Shifa e Al-Quds.

Ontem, forças de Israel se encontravam nos arredores do hospital Al Shifa, na cidade de Gaza, apontando que o grupo terrorista Hamas mantém, no subsolo do centro médico, seu principal quartel-general militar e centro de operações.

O Exército israelense afirmou que se ofereceu ontem para evacuar bebês em incubadoras e negou que estivesse atacando diretamente hospitais na cidade de Gaza ou que estivessem sitiados, enquanto testemunhas e meios de comunicação palestinos apontavam para o cerco não só do Al Shifa, mas também do complexo médico de Rantisi, onde também funciona um hospital pediátrico.

Um cirurgião do Al Shifa disse que bombardeios ao prédio que abriga as incubadoras forçou as equipes a colocar bebês prematuros em camas comuns, usando a pouca energia disponível para aquecer o local.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse estar preocupada com o destino de centenas de pacientes ainda no hospital, incluindo bebês.

No domingo, o grupo terrorista Hamas afirmou que suspendeu negociações para troca e libertação de reféns devido à forma como Israel lidou com o hospital Al Shifa.

Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que foi oferecido combustível ao hospital, mas que o material foi recusado. Os militares israelenses disseram que colocaram 300 litros de combustível na entrada do Al Shifa no sábado à noite, mas, segundo o comunicado, o Hamas bloqueou a entrega.

Muhammad Abu Salmiya, diretor do Complexo Médico Al Shifa, negou que isso tenha acontecido, dizendo à TV Al Araby, do Catar: “As alegações da ocupação de que se recusou a receber 300 litros de diesel são mentiras e calúnias, e todos os departamentos estão fechados devido à falta de combustível, exceto a emergência”.

O Crescente Vermelho Palestino disse que o hospital Al-Quds também está fora de serviço, com a equipe lutando para cuidar dos que já estão lá com poucos remédios, alimentos e água.

“O hospital Al Quds foi isolado do mundo nos últimos 6 a 7 dias. Não há como entrar, não há como sair”, disse Tommaso Della Longa, porta-voz da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Autoridades palestinas de Gaza ligadas ao Hamas disseram na sexta-feira que 11.078 residentes do enclave foram mortos em ataques aéreos e de artilharia desde 7 de outubro, quando Israel começou uma campanha de ataques retaliatórios ao grupo terrorista, na esteira de uma ofensiva terrorista que deixou 1.200 mortos em Israel.

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