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‘Honduras está em guerra’, diz secretário da Presidência na ONU

Rodolfo Pastor afirmou que o cenário se deteriorou desde o golpe institucional de 2009 contra o então presidente Manuel Zelaya

Registro de um policial de guarda na Penitenciária Nacional Francisco Morazan, a 25 quilômetros de Tegucigalpa, em 26 de junho. Foto: Orlando Sierra/AFP
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Os níveis de violência e de confrontos convertem Honduras em um país em “guerra”, advertiu nesta segunda-feira 26 o secretário da Presidência do governo, Rodolfo Pastor, na ONU.

“Não é uma guerra convencional, não é abertamente uma guerra civil como tal”, apontou, mas “as mulheres e os jovens estão submetidos a algum tipo de violência, diante da qual temos de atuar com absoluta urgência”, disse ele ante a Comissão para a Consrução da Paz das Nações Unidas, em Nova York.

Pastor apresentou um panoroma sombrio de um país que se deteriorou, segundo ele, desde o golpe institucional de 2009 contra o então presidente Manuel Zelaya, marido da presidenta Xiomara Castro.

Com quase 70% da população abaixo da linha da pobreza – desses, 50% em extrema pobreza -, Honduras é um dos países mais desiguais, pois “não tem acesso diário a serviços públicos fundamentais, nem acesso ou garantia aos seus direitos humanos essenciais”, afirmou.

Em um país castigado por potentes furacões e tempestades, aproximadamente 12 mil centros escolares estão danificados ou destruídos e um hospital público não é construído há 30 anos, disse Pastor.

Após atacar a dívida pública – mais de 20 bilhões de dólares, ou 50% do PIB -, ele destacou que o país está “preso na armadilha da dívida” e considerou ser necessário revisar o sistema tributário.

A isso, acresentou, se somam a corrupção, a impunidade e o crime organizado, “que é um poder de fato” coloca o país em uma crise que expulsa mil jovens todos os dias. “O futuro foge”, alertou.

Ele implorou por colaboração ao se dirigir aos diplomatas presentes na reunião, de países como Alemanha, China, Reino Unido, Dinamarca, Costa Rica, Equador e República Dominicana.

O governo da esquerdista Xiomara Castro assinou, em dezembro passado, um acordo com a ONU para estabelecer uma Comissão Internacional Contra a Corrupção e a Impunidade em Honduras, a fim de lutar contra esses flagelos.

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