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Governo da Argentina anuncia pacote de medidas para conter crise econômica

Sergio Massa, ministro da Economia e candidato à presidência, anunciou uma série de estímulos para vários setores; proposta foi criticada por adversários na eleição

Foto: Emiliano Lasalvia/AFP
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O ministro da Economia e candidato à presidência da Argentina, Sergio Massa, anunciou, no último domingo 27, um conjunto de medidas para tentar atenuar a crise econômica do país. Para além da crônica desvalorização da moeda local, o peso argentino, o país sofre com baixas reservas cambiais e uma das maiores secas da história recente.

O pacote econômico atravessa vários setores da sociedade argentina, incluindo benefícios para assalariados, trabalhadores autônomos, aposentados e pequenas e médias empresas. As medidas incluem, também, redução de impostos.

“O objetivo central é que cada um dos setores da economia tenha, de alguma forma, o apoio do Estado”, afirmou Massa, ao anunciar o pacote.

As medidas do governo argentino

O ministro da Economia da Argentina anunciou linhas de crédito com taxas subsidiadas pelo governo para trabalhadores. Os profissionais terão acesso a uma linha de crédito de 400 bilhões de pesos. Já os trabalhadores autônomos poderão receber seis meses de redução de impostos.

Para os aposentados – a Argentina tem 7,5 milhões deles -, o governo vai fornecer 37 mil pesos nos próximos três meses. O valor representa cerca de 515 dólares, no câmbio oficial atual. Assim, a pensão mínima será elevada para 124 mil pesos (cerca de 354 dólares, atualmente). 

Em caso de compras com cartão de crédito, haverá devolução do valor pago com o imposto sobre o valor agregado, até o teto de 18 mil pesos. Na Argentina, um benefício específico para os aposentados é que eles podem receber medicamentos gratuitos.

Para o setor agrícola da Argentina, Massa anunciou uma linha especial de financiamento para fertilizantes, destinada a produtores em setores que estão em emergência por conta da seca.

O governo também vai implementar um fundo de incentivo para as exportações, no valor de 770 milhões de dólares. Os responsáveis pelo lastro financeiro do fundo serão o Banco Nación e o Banco de Inversión y Comercio Exterior.

Depois de anunciar as medidas, Sergio Massa virá ao Brasil para um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Brasília (DF), nesta segunda-feira 28. Massa deverá encontrar, também, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Um dos temas da conversa entre os dois ministros será a formação de um acordo que permita à Argentina pagar as suas importações através do swap acordado com a China.

Reação dos presidenciáveis

O anúncio feito por Massa não passou despercebido pelos seus principais concorrentes à Casa Rosa. A disputa pela presidência argentina, atualmente, está centrada no candidato da situação, na macrista Patricia Bullrich e no ultraliberal Javier Milei, que lidera as pesquisas de intenção de votos.

Bullrich, que foi ministra do ex-presidente Mauricio Macri, disse que Massa “continua zombando das pessoas”. Segundo ela, o ministro da economia “oferecer populismo kirchnerista [em referência à ex-presidenta Cristina Kirchner] explícito em vez de dar oportunidades reais para os argentinos trabalharem e crescerem”.

Já Milei, que promete dolarizar a economia argentina e acabar com o Banco Central, caso eleito, afirmou, através das redes sociais, que não se “pode esperar resultados diferentes fazendo a mesma coisa”. O candidato, que se define como “anarcocapitalista”, questionou se o modelo proposto por Massa irá explodir “antes ou depois das eleições”.

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