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Fundo Global para o Meio Ambiente ‘reproduz lógica excludente’, diz Lula na Colômbia

Presidente brasileiro cobrou mais espaço em órgão multilateral para a preservação ambiental

O presidente Lula (PT) em agenda na Colômbia. Foto: Reprodução
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Fundo Global para o Meio Ambiente, espaço multilateral nascido em 1991, “reproduz lógica excludente” e cobrou maior espaço no órgão.

A declaração ocorreu neste sábado 8, durante discurso na Colômbia. Na ocasião, Lula reclamou que o Brasil divide uma cadeira com a Colômbia e o Equador, enquanto alguns países têm cadeira própria.

O presidente brasileiro fez uma comparação do Fundo com as instituições de Bretton Woods, ou seja, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, órgãos aos quais ele já fez críticas anteriormente.

“Quem tem as maiores reservas florestais e a maior biodiversidade merece maior representatividade”, afirmou. “É inexplicável que mecanismos internacionais de financiamento, como o Fundo Global para o Meio Ambiente, que nasceu no Banco Mundial, reproduzam a lógica excludente das instituições de Bretton Woods.”

Lula prosseguiu: “Brasil, Colômbia e Equador são obrigados a dividir uma cadeira do conselho do Fundo, enquanto países desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália e Suécia, ocupam cada um seu próprio assento”.

O Conselho do Fundo Global para o Meio Ambiente é o principal órgão de governança do espaço. A sua composição conta com 32 membros, indicados por países que constituem o órgão.

O Conselho se reúne duas vezes por ano para adotar políticas financiadas pela organização, que conta com mais de 180 países. Das 32 cadeiras do Conselho, dez países têm cadeira própria:

  • Estados Unidos;
  • Reino Unido;
  • Suécia;
  • Japão;
  • Itália;
  • Irã;
  • Alemanha;
  • França;
  • China;
  • Canadá.

As outras 22 cadeiras são divididas entre outros países: uma delas, por exemplo, é repartida entre Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá e Venezuela; outra tem a participação de Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Sri Lanka.

Há cadeiras com mais de dez países. É o caso da cadeira repartida entre Albânia, Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Croácia, Geórgia, Macedônia do Norte, Moldávia, Montenegro, Polônia, Romênia, Sérvia e Ucrânia.

Outro posto com mais de dez países é o compartilhado entre Comores, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Quênia, Madagascar, Ilhas Maurício, Ruanda, Seychelles, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Tanzânia e Uganda.

Em seu discurso, Lula voltou a exigir que países ricos cumpram compromissos ambientais, “incluindo a promessa feita em Copenhague, em 2009, de 100 bilhões de dólares por ano para a ação climática”.

O presidente brasileiro culpou esses países por  terem emitido “a maior parte dos gases do efeito estufa”.

Lula esteve na Colômbia para uma reunião técnico-científica sobre a Amazônia. Segundo ele, foram tratados temas como a proteção dos povos indígenas, a promoção da ciência, da tecnologia e da inovação, a bioeconomia e o combate a crimes transnacionais.

O petista esteve no país a convite do presidente colombiano, Gustavo Petro, que também é de esquerda. Na ocasião, frisou ser a primeira vez que “o Brasil e a Colômbia têm, ao mesmo tempo, governos progressistas que partilham do compromisso de levar a Amazônia para o centro de suas políticas”.

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