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Funcionário do governo do Paraguai é destituído por assinar convênio com país fictício

Arnaldo Chamorro se reuniu com representantes dos ‘Estados Unidos de Kailasa’

Palácio Presidencial do Paraguai, em Assunção. Foto: Norberto Duarte/AFP
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Um engenheiro agrônomo, chefe de gabinete do Ministério da Agricultura e Pecuária do Paraguai, foi destituído após ser revelado que ele assinou um convênio com representantes dos “Estados Unidos de Kailasa”, um país inexistente.

“Eles vieram e expuseram a intenção de ajudar o Paraguai. Trouxeram vários projetos, vieram oferecer sua ajuda, nós os ouvimos e foi isso que aconteceu”, disse o funcionário Arnaldo Chamorro à imprensa logo após ser destituído na quarta-feira e admitir que foi enganado.

O funcionário se reuniu em meados de outubro com duas pessoas que se apresentaram como emissários dos “Estados Unidos de Kailasa” e que descreveram esse suposto país como uma nação localizada em uma ilha do norte da América do Sul.

O país fictício seria liderado por um guru da Índia, identificado como Nithyananda Paramashivam, um fugitivo da justiça de seu país, segundo a imprensa.

Chamorro revelou que os ’emissários’ também foram recebidos pelo ministro da Agricultura e Pecuária do Paraguai, Carlos Giménez.

“Felicito o honorável Nithyananda Paramashivam, soberano dos Estados Unidos de Kailasa, e aprecio suas contribuições ao hinduísmo, à humanidade e à República do Paraguai”, expressou Chamorro em um documento que leva o selo de seu ministério.

No documento, o funcionário se comprometia a ativar o estabelecimento de relações diplomáticas do Paraguai com Kailasa e a promover seu reconhecimento na ONU como um Estado independente.

O incidente lembrou a gafe cometida em 2019 pelo ex-presidente Mario Abdo Benítez (2018-2023), que recebeu um falso representante da famosa montadora de carros de luxo Lamborghini no Palácio do Governo.

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