Mundo

Fujimori passa por cirurgia no coração; filha do ex-ditador peruano diz que estado é ‘delicado’

Keiko Fujimori declarou que o pai foi submetido a um cateterismo e precisou de inserção de stent; ex-ditador enfrenta julgamento

Fujimori passa por cirurgia no coração; filha do ex-ditador peruano diz que estado é ‘delicado’
Fujimori passa por cirurgia no coração; filha do ex-ditador peruano diz que estado é ‘delicado’
O ex-ditador de extrema-direita Alberto Fujimori. Foto: HO/Prensa Fujimori/AFP
Apoie Siga-nos no

O ex-ditador do Peru Alberto Fujimori, de 83 anos, passou por uma cirurgia no coração na segunda-feira 4, na clínica El Golf, no distrito de San Isidro, na capital Lima.

Segundo a sua filha, a política de extrema-direita Keiko Fujimori, o ex-ditador foi submetido a um cateterismo e precisou da inserção de um stent, um pequeno tubo utilizado para o desentupimento arterial. Keiko informou a jornalistas que uma das artérias de Alberto Fujimori apresentava obstrução em 70%.

A necessidade do procedimento foi comunicada pelo Instituto Nacional Penitenciário do Peru, o Inpe, já que Fujimori cumpre pena de 25 anos de prisão por massacres ocorridos no seu governo entre 1990 e 2000.

Segundo o órgão, em nota divulgada nas redes sociais, Fujimori começou a apresentar sintomas do problema na sexta-feira 1º. O ex-ditador, então, foi retirado emergencialmente do Estabelecimento Penitenciário de Barbadillo, no distrito de Ate, para a clínica Centenário Peruano Japonês, no distrito de Jesús María.

Após atendimento por cardiologistas e geriatras, ele teve uma taquicardia e foi levado à clínica El Golf. Ainda não houve atualizações do Inpe e de Keiko Fujimori nesta terça-feira 5.

Fujimori passa por um “estado delicado” de saúde – de acordo com sua filha – em meio a um polêmico julgamento iniciado em março deste ano, que trata de esterilizações forçadas contra milhares de mulheres nos anos que comandou o seu regime autoritário no Peru.

As audiências duraram quatro meses e foram suspensas em julho. Esperava-se que a leitura da sentença ocorresse em 14 de setembro, mas o juiz Rafael Martinez postergou o ato para 29 de setembro e depois para 11 de outubro.

“Nós, como vítimas, repudiamos isso. Sabemos que não querem condená-lo por esse delito à humanidade”, diz Maria Elena Carvajal, líder de uma associação de mulheres afetadas pela política de esterilizações forçadas de Fujimori, a CartaCapital. O grupo cobra, inclusive, do presidente Pedro Castillo, eleito neste ano, que atenda a essas mulheres com políticas de reparação.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo