Para muitos analistas, o recente acordo que resultou na união das esquerdas para as eleições legislativas de junho é histórico. O desempenho do bloco vai determinar se Emmanuel Macron, reeleito presidente, terá de se curvar a uma agenda mais progressista ou estará livre para aprofundar a política neoliberal. Para Jean-Luc Mélenchon, maestro da negociação que construiu a união de seu partido, La France Insoumise, com as legendas gauche, a frente é a realização do sonho de reconstruir o Front Populaire, que governou a França de maio de 1936 a abril 1938, deu início a reformas sociais importantes (férias de 15 dias para os trabalhadores e semana de 40 horas) e combateu o nazismo que começava a devastar a Europa. Com o socialista François Mitterrand, décadas depois, os trabalhadores ganharam a quinta semana de férias remuneradas.
O novo programa da esquerda unida defende a aposentadoria aos 60 anos e não aos 62 atuais ou aos 65, como propõe Macron. Além disso, o grupo prega a revogação da lei que retirou direitos trabalhistas durante o governo de François Hollande, entre outras medidas sociais do programa que contém uma ambiciosa meta de transição ecológica.
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