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Francisco pede ao mundo que evite um desastre nuclear na Ucrânia

“Renovo meu convite a implorar a paz do Senhor para o querido povo ucraniano, que há seis meses sofre o horror da guerra”, disse o pontífice

Créditos: Filippo MONTEFORTE / AFP
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O papa Francisco pediu, nesta quarta-feira 24, ao mundo que “evite o risco de um desastre nuclear” na Ucrânia e reiterou que a “guerra é uma loucura” após seis meses do início da invasão russa a esse país.

“Renovo meu convite a implorar a paz do Senhor para o querido povo ucraniano, que há seis meses sofre o horror da guerra”, disse Francisco durante a tradicional audiência geral das quartas-feiras no Vaticano.

Em sua mensagem, pediu “que sejam tomadas medidas concretas para acabar com a guerra e evitar o risco de um desastre nuclear em Zaporizhzhia”, insistiu.

“Penso em tanta crueldade, em tantas pessoas inocentes que estão pagando pela loucura, pela loucura de todos os lados, porque a guerra é uma loucura”, afirmou.

Vários países expressaram seus temores sobre a possibilidade de um desastre na maior usina nuclear da Europa, ocupada desde o início de março pelo exército russo e alvo de bombardeios recorrentes.

Em um discurso em Rimini (norte), o primeiro-ministro italiano Mario Draghi lamentou “o bombardeio na véspera com mísseis russos na área ao redor da usina” e se uniu ao pedido do papa para que se evite uma catástrofe nuclear.

“Penso na pobre menina a quem explodiu uma bomba debaixo do banco de um carro em Moscou. Os inocentes pagam pela guerra, os inocentes!”, lamentou o papa, referindo-se à morte de Daria Dugina, jornalista e cientista política de 29 anos, filha do considerado ideólogo do presidente russo Vladimir Putin, Aleksandr Dugin.

Essa frase provocou uma reação sem precedentes do embaixador ucraniano na Santa Sé, Andriï Yurach, que descreveu o discurso do papa como “decepcionante” no Twitter.

“Como é possível mencionar um dos ideólogos do imperialismo russo como se fosse uma vítima inocente?”, escreveu.

“O agressor e a vítima, o estuprador e o estuprado não podem ser colocados na mesma categoria”, ressaltou.

O papa também chamou a atenção para os dramas deixados pela guerra e mais uma vez condenou aqueles que vendem armas.

“Penso nas crianças. Tantos mortos e tantos refugiados. Tantos feridos. Tantas crianças ucranianas e russas ficaram órfãs. Os órfãos não têm nacionalidade: perderam um pai ou uma mãe”, disse ele.

“Aqueles que lucram com a guerra (…) são criminosos que assassinam a humanidade”, sublinhou o papa, que em várias ocasiões condenou a chamada “terceira guerra mundial em pedaços” ao se referir aos inúmeros conflitos e em particular à Síria e ao Iêmen.

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