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Família de Dom se diz ‘de coração partido’ e agradece aos indígenas pelas buscas

Parentes manifestaram gratidão aos grupos que ‘trabalharam incansavelmente para encontrar evidências do ataque’

O jornalista britânico Dom Phillips, assassinado na Amazônia. Foto: João Laet/AFP
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Familiares britânicos do jornalista Dom Phillips se manifestaram nesta quinta-feira, 16, a respeito da confirmação de seu assassinato e do indigenista Bruno Pereira, no Amazonas.

Em nota divulgada via redes sociais, eles se dizem de “coração partido” e agradecem pelo esforço de buscas pela dupla, “especialmente aos grupos indígenas que trabalharam incansavelmente para encontrar evidências do ataque”.

“Estamos de coração partido com a confirmação de que Dom e Bruno foram assassinados e estendemos nossas mais profundas condolências a Alessandra, Beatriz e a outros membros brasileiros das famílias de ambos. Agradecemos a todos que participaram da busca, especialmente aos grupos indígenas que trabalharam incansavelmente para encontrar evidências do ataque” diz a nota.

No texto, a família também pede para que profissionais da mídia não a procurem pelos próximos dias, para que seja possível “lidar de forma privada com o que aconteceu”.

“No devido tempo, daremos nossa perspectiva sobre a vida e o trabalho desses homens.”

Junto ao comunicado, foi divulgada novamente uma vaquinha de emergência para levantar fundos para os familiares da dupla. Até o momento, a campanha já arrecadou 51 mil dólares.

Assassinatos geram repercussão internacional

Jornais e redes de televisão registraram que, após dez dias de buscas, os investigadores tiveram a confissão de que pescador Amarildo Oliveira, conhecido como “Pelado”, participou do crime.

O jornal britânico The Guardian publicou a notícia “Dom Phillips e Bruno Pereira: Polícia brasileira encontra dois corpos em busca de desaparecidos”, destacando o fato de que a Policia Federal encontrou nesta quinta-feira, “remanescentes humanos” na área de buscas no rio Itaquaí, após colaboração dos suspeitos Pelado e Oseney da Costa de Oliveira.

O norte-americano The Washigton Post destacou a confissão de Pelado, com a manchete “Homem confessa ter matado jornalista e colega desaparecido, diz polícia”.

Segundo o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, delegado Eduardo Alexandre Fontes, Pelado “narrou com detalhes o crime realizado” e apontou o local onde havia enterrado os corpos.

O francês Le Monde e o norte-americano The New York Times seguiram o mesmo caminho de repercussão, destacando a declaração do pescador.

A TV britânica BBC News reforçou que a Interpol está trabalhando com a polícia brasileira para confirmar a identidade dos corpos.

A Al Jazeera repercutiu também as falas de autoridades brasileiras, e disse que o caso gera um alerta sobre o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), pressionado durante a Cúpula das Américas pela agilidade nas buscas.

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