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Facebook tenta explicar apagão de sete horas e enfrenta acusações de ex-funcionária

Falha global aconteceu em um momento delicado para a empresa de Mark Zuckerberg

Mark Zuckerberg
O empresário americano Mark Zuckerberg. Foto: Mandel Ngan/AFP Mark Zuckerberg. Foto: Mandel Ngan/AFP
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“Uma mudança de configuração defeituosa” foi a causa de um apagão na plataforma Facebook e nos aplicativos derivados – WhatsApp, Instagram e Messenger – por certa de sete horas e que afetou bilhões de internautas na segunda-feira 4. Além disso, a empresa de Mark Zuckerberg enfrenta denúncias de uma ex-funcionária sobre efeitos nocivos de informações sobre a saúde mental, principalmente de jovens.

Facebook, Instagram, Whatsapp e Messenger, as duas redes sociais e as duas plataformas de mensagens da empresa com sede na Califórnia, voltaram a funcionar após um apagão sem precedentes de cerca de sete horas na segunda-feira 4, que levou o grupo a uma crise dupla, após as revelações condenatórias de uma ex-funcionária.

O incidente, provocado por um problema técnico, constitui a falha “mais importante já observada” pelo Downdetector, que monitora os cortes online. “Bilhões de pessoas foram impactadas pela queda completa do serviço”, afirmou o site.

O Facebook pediu desculpas em um tuíte publicado na segunda-feira à noite, quando o aplicativo retornou à operação.

“Temos trabalhado duro para restaurar o acesso aos nossos aplicativos e serviços e estamos felizes em informar que eles estão voltando a ficar online”, afirmou a empresa.

Mas a falha aconteceu em um momento delicado para a empresa de Mark Zuckerberg.

A ex-especialista de dados da empresa Frances Haugen entregou às autoridades e ao Wall Street Journal uma investigação interna do Facebook que parece respaldar muitos temores e críticas de longa data sobre a plataforma.

Explicações

O Facebook atribuiu a interrupção dos serviços a uma “mudança na configuração” dos servidores que coordenam o tráfego entre seus centros de dados.

“A interrupção do tráfego da rede teve um efeito cascata na maneira como nossos centros de dados se comunicam, provocando a interrupção de nossos servidores”, afirmou o vice-presidente de infraestrutura do Facebook, Santosh Janardhan.

O especialista em cibersegurança Brian Krebs descreveu o que aconteceu como uma remoção por parte do Facebook do “mapa que informa aos computadores do mundo como encontrar suas diferentes propriedades online.”

Além das pessoas e empresas que dependem das ferramentas do Facebook, Zuckerberg, recebeu um golpe financeiro.

A revista Fortune informou que a fortuna pessoal de Zuckerberg caiu quase 6 bilhões de dólares na comparação com o dia anterior, passando a pouco menos de 117 bilhões de dólares.

Para os concorrentes do Facebook, porém, o dia foi muito bom.

O serviço de mensagens Telegram passou de 56º aplicativo gratuito mais baixado nos Estados Unidos para o quinto lugar, segundo a empresa especializada SensorTower.

O app de mensagens criptografadas Signal tuitou que recebeu “milhões” de novos integrantes.

Muitas pessoas usaram o Twitter para expressar a frustração com a interrupção por horas de seus contatos, fontes de renda ou ferramentas de negócio.

“Pioram a insatisfação corporal”

O Facebook tem resistido fortemente à indignação sobre suas práticas e impacto, mas esta é apenas a mais recente crise a atingir seus negócios.

Há anos, legisladores americanos ameaçam regulamentar os gigantes das redes sociais, com a multiplicação de críticas de que essas plataformas atropelam a privacidade, fornecem um megafone para informações erradas e perigosas e prejudicam o bem-estar dos mais jovens.

Mas após anos de críticas sem grandes reformas, alguns especialistas duvidam que mudanças estejam por vir. “Esta é uma situação em que haverá muita fumaça e muita fúria, mas pouca ação”, opinou Mark Hass, professor da Universidade Estadual do Arizona.

As ações “virão essencialmente das plataformas, quando sentirem pressão de seus usuários, sentirem pressão de seus funcionários”, acrescentou, e ressaltou que as autoridades não serão capazes de regular o conteúdo de forma eficaz.

Haugen, uma especialista em dados de 37 anos de Iowa, trabalhou para empresas como Google e Pinterest, mas disse em uma entrevista ao programa de notícias 60 Minutes, da CBS, que o Facebook era “substancialmente pior” do que tudo que já tinha visto.

O vice-presidente de política e assuntos globais do Facebook, Nick Clegg, rejeitou veementemente a alegação de que seus serviços são “tóxicos” para os adolescentes, dias após uma audiência tensa de várias horas no Congresso em que congressistas americanos interrogaram a empresa sobre seu impacto mental na saúde dos usuários jovens.

(com informações da AFP)

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