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ExxonMobil renuncia a 20% de bloco atribuído à Guiana em área disputada com a Venezuela

A petrolífera norte-americana abriu mão da região sem ter feito qualquer atividade de exploração ou aproveitamento na área

ExxonMobil renuncia a 20% de bloco atribuído à Guiana em área disputada com a Venezuela
ExxonMobil renuncia a 20% de bloco atribuído à Guiana em área disputada com a Venezuela
Vista de Kaieteur, cachoeira localizada no Essequibo. Foto: Martín Silva/AFP
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A Guiana anunciou na quarta-feira 2 que a petrolífera americana ExxonMobil abriu mão de sua participação de 20% no bloco que lhe foi atribuído em uma vasta área marítima que abrange águas disputadas com a Venezuela.

Stabroek é uma enorme reserva offshore de petróleo e gás que abrange 26.800 km². Sua descoberta em 2015 alimentou a disputa de fronteira entre os dois países pelo vasto território de Essequibo, também rico em minerais.

O ministro dos Recursos Naturais, Vickram Bharrat, disse à AFP que a área cedida pela ExxonMobil — equivalente a 2.534 km² — está localizada precisamente em águas disputadas.

Não houve atividade de exploração ou aproveitamento na área cedida, afirmou o ministério anteriormente em um comunicado, sem especificar seus próximos passos em relação ao território.

O bloco Stabroek fez mais de 30 descobertas desde 2015.

Em 2024, a ExxonMobil anunciou planos para perfurar dois poços no centro de Stabroek. Dois meses depois, recebeu uma nova concessão, alimentando tensões com a Venezuela, que considera essas licenças ilegais.

O projeto, conhecido como Whiptail, envolveu um investimento de 12,7 bilhões de dólares (69,2 bilhões de reais) e buscava aumentar a capacidade de produção do país para aproximadamente 1,3 milhão de barris por dia, segundo a ExxonMobil.

A Guiana produz atualmente mais de 600 mil barris de petróleo por dia.

A Guiana recorreu à Corte Internacional de Justiça (CIJ) em 2018 para ratificar uma decisão de 1899 que estabelecia suas fronteiras atuais, mas a Venezuela rejeita a jurisdição do tribunal e invoca o Acordo de Genebra de 1966, que estabelece bases para uma solução negociada.

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