Mundo

Exército israelense intensifica bombardeios no Líbano, que fecha escolas e universidades em Beirute

Intensos combates ocorrem em torno de Khyam, no extremo sudeste do país, após o fracasso de uma primeira tentativa israelense de tomar a cidade há duas semanas

Exército israelense intensifica bombardeios no Líbano, que fecha escolas e universidades em Beirute
Exército israelense intensifica bombardeios no Líbano, que fecha escolas e universidades em Beirute
Foto: ANWAR AMRO / AFP
Apoie Siga-nos no

Os ataques israelenses se intensificaram neste domingo (17) no sul do Líbano e nos arredores da capital, Beirute. O porta-voz do Hezbollah, Mohammad Afif, morreu em um dos bombardeios. As autoridades suspenderam as aulas nesta segunda(18) e terça-feira (19) em escolas e universidades públicas e particulares da capital libanesa.

De acordo com as autoridades do país, o fechamento das escolas e universidades foi “necessário” diante do aumento dos ataques no centro de Beirute e nos subúrbios do sul da capital, onde explosões ocorrem de maneira ininterrupta.

A destruição causada nos últimos quatro dias nesta região é equivalente a um mês de bombardeios, frisa o correspondente da RFI no país. O Exército israelense lançou a segunda fase da sua ofensiva terrestre no Líbano em 6 de novembro.

Os intensos combates ocorrem principalmente em torno de Khyam, no extremo sudeste do país, após o fracasso de uma primeira tentativa israelense de tomar a cidade há duas semanas.

As tropas israelenses estão tentando avançar na cidade a partir de três eixos diferentes e encontram forte resistência do Hezbollah. Vários combates também ocorrem na parte ocidental da fronteira, onde o Exército israelense avançou entre 4 e 6 quilômetros.

Ataques dentro de Beirute

Neste domingo, pela segunda vez desde o início da guerra aberta com o Hezbollah em 23 de setembro, a força aérea israelense realizou dois ataques no centro de Beirute, que deixaram pelo menos seis mortos.

O primeiro bombardeio provocou a morte do porta-voz do partido xiita, Mohammad Afif. Ele estava na sede do Partido Baath, no distrito de Ras el-Nabaa, a menos de um quilômetro da embaixada da França. O ataque também feriu 14 pessoas, incluindo duas crianças.

O segundo bombardeio, na noite de domingo, no distrito comercial de Mar Elias, matou duas pessoas e feriu 13. Ele teve como alvo uma loja de eletrônicos, um carro e um apartamento em uma área residencial a oeste da capital.

“Não sabemos quais bairros evitar”

Israel afirmou ainda que bombardeou “mais de 200” alvos no Líbano nas últimas 36 horas.

“Eles bombardearam o bairro de Dahiye (NR: no sul de Beiture) talvez vinte vezes. Eles bombardearam pelo menos quinze vezes por dia durante uma semana. Você ouve tudo e isso torna a vida muito difícil. É difícil dormir, é difícil se concentrar, mas sabemos para quais bairros ir e quais evitar”, disse à RFI Sary Raydan, um estudante do ensino médio de 17 anos que mora no bairro cristão de Achrafieh.

O Hezbollah confirmou em um comunicado na noite de domingo a morte “do grande líder Hajj Mohamad Afif al Nabulsi, responsável pelas relações com a imprensa” do Hezbollah, “em um bombardeio criminoso sionista”.

O Exército israelense matou vários membros do Hezbollah nos últimos meses, incluindo o ex-líder Hassan Nasrallah, além de vários dirigentes políticos e militares.

As autoridades libanesas afirmam que quase 3.500 pessoas morreram em ataques desde outubro do ano passado.

Reação do Hezbollah

Segundo o Exército israelense, o Hezbollah disparou cerca de 30 foguetes em direção à Galileia e Haifa, no norte de Israel, nesta segunda-feira. Alguns foram interceptados.

Israel tem combatido em duas frentes desde setembro, intensificando os ataques contra o Hezbollah, movimento apoiado pelo Irã, e mantém sua ofensiva contra o Hamas em Gaza, que começou em 7 de outubro de 2023.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo