Mundo

EUA divulgam arquivos sobre o assassinato de Martin Luther King Jr.

Filhos temem que os documentos possam ser usados para atacar o legado de seu pai

EUA divulgam arquivos sobre o assassinato de Martin Luther King Jr.
EUA divulgam arquivos sobre o assassinato de Martin Luther King Jr.
Trump ordena desclassificação de arquivos sobre assassinatos de Kennedy e Martin Luther King, em 23 de janeiro de 2025. Foto: Roberto Schmidt/AFP
Apoie Siga-nos no

O governo dos Estados Unidos divulgou nesta segunda-feira 21 “mais de 230 mil páginas” de arquivos classificados sobre o assassinato de Martin Luther King Jr., apesar das preocupações da família do líder dos direitos civis.

Em 23 de janeiro, Trump ordenou por decreto a divulgação de arquivos do governo sobre os assassinatos do ex-presidente John F. Kennedy e de seu irmão Robert F. Kennedy (revelados em março), além do de Martin Luther King Jr., morto em 1968.

As 230 mil páginas se concentram, entre outras coisas, na investigação da polícia federal (FBI) sobre a busca internacional pelo suposto assassino de King e no depoimento de um dos seus companheiros de cela, segundo comunicado da diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard.

“O povo americano esperou quase 60 anos para ver o alcance completo da investigação do governo federal sobre o assassinato” de King, destacou Tulsi. Os Estados Unidos garantem que vão oferecer “total transparência em relação a esse evento crucial e trágico”, acrescentou.

King foi assassinado em abril de 1968, em Memphis, Tennessee. James Earl Ray foi condenado pelo crime e morreu na prisão, em 1998, mas os filhos de King expressaram dúvidas sobre a autoria do assassinato.

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, os dois filhos vivos do líder dos direitos civis – Martin Luther King III e Bernice King – afirmam que “apoiam a transparência e responsabilidade histórica”, mas temem que os documentos possam ser usados para atacar o legado de seu pai.

King foi alvo de uma “campanha de desinformação e vigilância” orquestrada pelo então diretor do FBI, J. Edgar Hoover, lembraram os filhos. A campanha da polícia federal tinha como objetivo “desacreditar, desmantelar e destruir a reputação de King e o movimento mais amplo de direitos civis nos Estados Unidos (…) Pedimos àqueles que se envolverem na divulgação desses arquivos que o façam com empatia, moderação e respeito”, acrescentaram.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo