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EUA acusa Rússia de ‘crimes contra a humanidade’ na Ucrânia

“Examinamos as provas, conhecemos as normas legais e não há dúvida de que se trata de crimes contra a humanidade”, disse a vice-presidente norte-americana

A vice-presidente e o presidente eleitos, Kamala Harris e Joe Biden (Foto: TASOS KATOPODIS/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/GETTY IMAGES VIA AFP) A vice-presidente e o presidente eleitos, Kamala Harris e Joe Biden (Foto: TASOS KATOPODIS/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/GETTY IMAGES VIA AFP)
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A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, acusou neste sábado (18) a Rússia de cometer “crimes contra a humanidade” na Ucrânia, dizendo que as forças russas realizaram um “ataque generalizado e sistemático” contra a população civil.

“Os Estados Unidos estabeleceram formalmente que a Rússia cometeu crimes contra a humanidade na Ucrânia”, disse Harris, dirigindo-se aos líderes mundiais presentes na Conferência de Segurança em Munique, sul da Alemanha.

Esta é a primeira vez que os Estados Unidos designaram formalmente a Rússia como um país que cometeu crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Ucrânia desde a invasão russa.

“Examinamos as provas, conhecemos as normas legais e não há dúvida de que se trata de crimes contra a humanidade”, sublinhou.

Harris citou casos de execuções sumárias, tortura e estupro pelas forças russas na Ucrânia, além “da transferência de centenas de milhares de civis ucranianos” para a Rússia.

“Afirmo a todos os que perpetraram esses crimes e a seus superiores ou cúmplices: vocês responderão”, acrescentou.

Desde o início da invasão, os Estados Unidos documentaram ou catalogaram mais de 30.600 casos de crimes de guerra supostamente cometidos por forças russas na Ucrânia, segundo o Departamento de Estado dos EUA.

“Não pode haver impunidade para esses crimes”, enfatizou o chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, em um comunicado separado.

A conferência de três dias conta com a presença de dezenas de autoridades internacionais, além de Harris e Blinken, como o presidente francês Emmanuel Macron, o chefe do governo alemão, Olaf Scholz, ou o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi.

Redobrar o apoio

No segundo dia da conferência de Munique, mais vozes pediram um maior apoio militar à Ucrânia.

Os aliados, liderados pelos Estados Unidos, doaram bilhões de dólares em armas ao governo ucraniano, incluindo artilharia e sistemas de defesa aérea, mas o governo de Kiev diz que precisa de mais para que sua contraofensiva tenha sucesso.

“Devemos dar à Ucrânia o que ela precisa para vencer e prevalecer como uma nação soberana e independente na Europa”, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

“O maior risco de todos é que Putin vença. Se Putin vencer na Ucrânia, a mensagem para ele e outros líderes autoritários será que eles podem usar a força para conseguir o que quiserem”, disse ele.

A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também pediu o aumento do apoio militar à Ucrânia, em áreas como o abastecimento de munições.

“Devemos redobrar e continuar com o apoio massivo necessário”, disse ela.

Na abertura da conferência, na sexta-feira, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu aos aliados que intensifiquem sua ajuda, em uma mensagem de vídeo.

No mês passado, a Alemanha concordou em entregar tanques pesados de fabricação alemã para a Ucrânia, depois de semanas debatendo se deveria ou não fazê-lo. Com esses tanques, as forças ucranianas poderiam repelir o avanço dos russos.

No entanto, as negociações subsequentes com os parceiros da Otan ainda não reuniram tropas suficientes para formar um batalhão completo. Nas últimas semanas, Zelensky exigiu aviões de combate dos ocidentais, ideia que, por enquanto, seus interlocutores rejeitaram.

O grupo paramilitar Wagner anunciou a conquista de uma cidade perto de Bakhmut, no leste da Ucrânia, palco de uma das mais longas e sangrentas batalhas do conflito.

Neste sábado, o exército russo reivindicou a captura de uma cidade na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, onde suas tropas estão na ofensiva há várias semanas.

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