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Estudo mostra que passaporte sanitário evitou 4 mil mortes e prejuízo de € 6 bilhões à França

O levantamento comparou a eficácia de certificados semelhantes adotados na Alemanha e Itália; embora os resultados variem, eles são significativos em todos os casos

O proprietário de um restaurante verifica os 'passaportes' dos clientes em um restaurante na Córsega. O norte da região francesa vem enfrentando aumento das contaminações por Covid-19 na última semana (Foto: Pascal POCHARD-CASABIANCA/AFP)
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Segundo reportagem do jornal Le Monde sobre um estudo feito pelo Conselho de Análise Econômica (CAE), a adoção do passaporte sanitário na França teria evitado a morte de 4 mil pessoas no país e um prejuízo de 6 bilhões de euros, entre julho e dezembro de 2021. O CAE é um órgão subordinado ao gabinete do primeiro-ministro francês, mas, no âmbito desse estudo, contou com a colaboração de uma dezena de especialistas independentes – economistas, epidemiologistas, matemáticos e analistas de mercado.

O passaporte sanitário francês, que atesta o número de doses de vacina já recebidas por um cidadão ou resultados negativos de testes anticovid, e é cobrado para acesso a locais de grande frequência de público, também funcionou como um acelerador da cobertura vacinal. Em breve, esse certificado será substituído pelo passaporte da vacina, que acaba de ser aprovado pelo Parlamento francês.

O levantamento comparou a eficácia de certificados semelhantes adotados na Alemanha e Itália. Embora os resultados variem de país para país, eles são significativos em todos os casos: em pouco menos de seis meses, esses passes aumentaram a taxa de vacinação em 13 pontos na França, 9,7 pontos na Itália e 6,2 pontos na Alemanha. De acordo com os modelos de análise, sem esses dispositivos, a cobertura vacinal teria sido de 65%, 70% e 67% das respectivas populações nesses países, percentuais já ultrapassados.

Para medir o impacto sobre a economia, os autores do estudo utilizaram estimativas semanais do PIB a partir da ferramenta criada por Nicolas Woloszko, economista da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e co-autor do levantamento. A ferramenta utiliza 250 indicadores para estimar a atividade econômica em países do mundo todo, semana a semana.

De acordo com esses dados, no final de 2021, sem o passaporte de saúde, o PIB semanal teria sido 0,6% menor na França, 0,3% menor na Alemanha e 0,5% menor na Itália, ou seja, os prejuízos evitados foram de 6 bilhões de euros na França, 1,4 bilhão de euros na Alemanha e 2,1 bilhões de euros na Itália.

“Mar agitado”

A imagem de capa do jornal Libération é um belo sol nascente subindo no mar, sinal que a forte onda epidêmica da variante ômicron recua e traz esperança aos médicos. Em entrevista ao jornal, o diretor da rede de 39 hospitais públicos da região parisiense, Martin Hirsch, confirma que as contaminações começaram a cair e há menos chamadas telefônicas de urgência por Covid-19 ao Samu.

O diretor aponta uma estabilização do número de pacientes com a infecção viral nas UTIs parisienses. Por outro lado, ainda se observa um aumento nas internações em leitos convencionais, de pessoas que não desenvolvem a forma grave da doença, mas precisam de alguns dias de atendimento hospitalar. “O mar ainda está agitado”, diz o funcionário público, mas o pior da crise parece estar ficando para trás.

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