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Especialista da ONU afirma que Israel não respeita o direito internacional

Desde 9 de outubro, Israel mantém um ‘cerco total’ na Faixa de Gaza e impede a entrada de água, alimentos, medicamentos e combustível

Foto: JACK GUEZ / AFP
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Israel viola o direito internacional com seus bombardeios “incessantes” em Gaza, que devastam bairros e resultam na morte de milhares de palestinos, afirmou nesta quinta-feira (18) Francesca Albanese, relatora especial da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados.

A advogada italiana e acadêmica de direitos humanos afirmou em uma coletiva de imprensa em Madri que “Israel realizou uma série de ações que são muito ilegais, muito ilícitas”. Embora Israel tenha o direito à legítima defesa, deve respeitar o direito internacional humanitário, “para proteger as pessoas que não participam ativamente do combate”, acrescentou.

Isso significa distinguir entre combatentes e civis e garantir que os ataques militares sejam proporcionados, para evitar danos excessivos a civis e infraestruturas civis, como hospitais, destacou. “Em vez disso, o que aconteceu foram mais de 100 dias de bombardeios incessantes: nas duas primeiras semanas, foram usadas 6.000 bombas por semana, bombas de 2.000 libras (cerca de 900 kg), em áreas muito movimentadas”, disse Francesca.

“Os principais hospitais foram fechados, bombardeados ou tomados pelo Exército. Agora, as pessoas estão morrendo não apenas pelas bombas, mas porque não há infraestrutura de saúde suficiente”, observou. “O número de crianças amputadas a cada dia é chocante, um ou dois membros. Durante os dois primeiros meses, foram realizadas amputações em 1.000 crianças sem anestesia. É uma monstruosidade”, acrescentou.

Os combates devastaram o território palestino desde que milicianos do Hamas realizaram um ataque no sul de Israel, causando a morte de cerca de 1.140 pessoas, a maioria civis, segundo um levantamento da AFP com base em números oficiais israelenses.

Israel respondeu com uma campanha aérea e terrestre, matando pelo menos 24.620 pessoas, das quais cerca de 70% eram mulheres, crianças e adolescentes, de acordo com números do Ministério da Saúde de Gaza, governado pelo Hamas.

Francesca disse que condena firmemente a violência do Hamas, que, segundo ela, equivalia a crimes de guerra e também poderia ser um crime contra a humanidade, mas que “nada justifica o que Israel fez”.

Os relatores especiais não fazem parte do pessoal da ONU. Eles são especialistas independentes nomeados pela comissão de direitos humanos da ONU para supervisionar áreas específicas de direitos.

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