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Novos bombardeios israelenses deixam quase 100 mortos na Faixa de Gaza

Desde 9 de outubro, Israel mantém um ‘cerco total’ ao território e impede a entrada de água, alimentos, medicamentos e combustível

Foto: AFP
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O movimento islamista palestino Hamas, que governa Gaza, disse que pelo menos 93 pessoas morreram na manhã desta quinta-feira (18) em bombardeios no sul do território, onde soldados israelenses intensificaram suas operações militares.

Ao menos “93 pessoas morreram nos ataques da noite passada e nas primeiras horas da manhã, incluindo 16 em um bombardeio contra uma casa de família em Rafah”, na fronteira com o Egito, disse o Hamas, que está no poder em Gaza desde 2007.

O Exército israelense, que bombardeia o território palestino desde 7 de outubro, também realizou uma dezena de operações em Khan Yunis e em acampamentos de refugiados instalados ao redor da cidade, o principal deles no sul do território de 362 km² e quase 2,4 milhões de habitantes.

Israel afirma que altos funcionários do Hamas, uma organização considerada “terrorista” por Estados Unidos e União Europeia, estão escondidos no hospital Nasser da cidade, de onde subiam espessas colunas de fumaça.

Em um comunicado, o Exército informou que os soldados “eliminaram dezenas de terroristas [em combates] corpo a corpo, com ajuda de disparos de tanques e com apoio aéreo”.

Israel prometeu “aniquilar” o Hamas em resposta ao ataque perpetrado por seus milicianos em 7 de outubro, quando comandos islamistas mataram cerca de 1.140 pessoas em solo israelense naquele dia, a maioria civis, segundo um relatório da AFP baseado em dados oficiais.

Também sequestraram cerca de 250 pessoas, das quais 132 ainda estão detidas em Gaza e quase 100 foram libertadas durante uma trégua em novembro.

Em resposta ao ataque, Israel lançou uma operação aérea e terrestre em Gaza. Até agora, os bombardeios deixaram 24.620 mortos, a maioria mulheres e menores de idade, segundo o Hamas.

61 toneladas em ajuda

Israel mantém um “cerco total” ao território devastado de 362 km2 desde 9 de outubro, e impede a entrada de água, alimentos, medicamentos e combustível.

Uma remessa com 61 toneladas de ajuda humanitária entrou em Gaza na madrugada desta quinta-feira, após a implementação de um acordo mediado por Catar e França, que permite enviar medicamentos aos reféns do Hamas, em troca de ajuda para os habitantes do território palestino.

A ONU estima que 80% dos 2,4 habitantes de Gaza estão deslocados e enfrentam uma crise humanitária, com metade dos hospitais fora de serviço.

O Parlamento Europeu pediu, nesta quinta-feira, um cessar-fogo “permanente” em Gaza, mas com a condição de que todos os reféns sejam libertados imediatamente.

As famílias dos reféns se organizaram para realizar uma campanha exigindo a volta de seus entes queridos para casa, pressionando o governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que garante que o retorno dos sequestrados é um de seus principais objetivos, junto com a aniquilação do Hamas.

Um grupo de familiares de reféns organizou uma manifestação nesta quinta-feira no posto fronteiriço de Kerem Shalom, entre Israel e a Faixa de Gaza, exigindo que as entregas de ajuda para civis de Gaza fossem interrompidas até que seus entes queridos sejam libertados.

Violência na Cisjordânia

Fora de Gaza, o Exército israelense multiplica as suas incursões na Cisjordânia, um território palestino que ocupa desde 1967.

Um homem de 27 anos morreu em Tulkarem, no nordeste, após receber um tiro no peito, informaram as autoridades locais. Segundo a fonte, a vítima era um civil que não estava envolvido nos confrontos entre combatentes e forças israelenses.

O Exército israelense afirmou que suas forças mataram “pelo menos oito terroristas” em Tulkarem, respondendo com tiros enquanto trabalhavam para “retirar artefatos explosivos colocados no caminho.”

Pelo menos 366 palestinos morreram na Cisjordânia desde 7 de outubro, seis deles na quarta-feira, segundo um balanço da AFP.

A comunidade internacional também teme uma conflagração regional da guerra, com trocas de tiros diárias entre o Exército israelense e o movimento libanês Hezbollah na fronteira israelense-libanesa.

Os rebeldes huthis do Iêmen intensificaram os ataques a navios que consideram vinculados a Israel no Mar Vermelho, “em solidariedade” aos habitantes de Gaza.

Os Estados Unidos, em resposta, bombardeiam posições do grupo, classificado como “terrorista” por Washington.

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