Mundo

Escolas na França impedem acesso de dezenas de jovens muçulmanas por uso do abaya

Desafiando a proibição de usar esta peça, cerca de 300 jovens compareceram às suas escolas com a abaya; a maioria aceitou retirar a túnica, mas 67 se recusaram e foram mandadas para casa 

Escolas na França impedem acesso de dezenas de jovens muçulmanas por uso do abaya
Escolas na França impedem acesso de dezenas de jovens muçulmanas por uso do abaya
Foto: LOIC VENANCE / AFP
Apoie Siga-nos no

As escolas francesas impediram a entrada de dezenas de jovens na segunda-feira (4), no primeiro dia da volta às aulas, por se recusarem a retirar a abaya, uma peça de roupa usada pelas mulheres muçulmanas recentemente proibida, afirmou o ministro da Educação, Gabriel Attal, nesta terça (5).

Desafiando a proibição de usar esta peça de corpo inteiro nas escolas, cerca de 300 jovens compareceram às suas escolas ontem de manhã assim vestidas, disse o ministro Attal à emissora BFM.

A maioria dos estudantes aceitou retirar a túnica, mas 67 se recusaram a fazê-lo e, por isso, foram mandadas para casa, explicou.

No mês passado, o governo anunciou a proibição do uso da abaya nas escolas, alegando que infringe as regras sobre laicidade na educação e que já proíbem o véu muçulmano.

A abaya cobre todo o corpo, exceto rosto, mãos e pés.

A proibição foi destacada pela classe política de direita, mas a esquerda argumentou que representa uma afronta às liberdades civis. A esquerda acusou o governo do presidente Emmanuel Macron de competir, com essa medida, com a política de extrema-direita Marine Le Pen, a cerca de nove meses das eleições europeias.

Uma lei de 2004 proíbe o uso de símbolos, ou roupas, por meio dos quais os alunos mostrem, ostensivamente, uma afiliação religiosa nas escolas. Isso inclui as cruzes cristãs, o kipá judaico e os véus de cabeça islâmicos.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo