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Erdogan inicia terceiro mandato como presidente da Turquia

O chefe Estado, de 69 anos e reeleito em 28 de maio com 52% dos votos, prestou juramento para um novo mandato de cinco anos e prometeu assumir “o dever com imparcialidade”

O presidente turco Erdogan recebe seu mandato eleitoral de Devlet Bahceli, presidente do Parlamento e líder do Partido do Movimento Nacionalista (MHP). Foto: Adem ALTAN / AFP
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Recep Tayyip Erdogan, no poder há 20 anos, iniciou neste sábado (3) o terceiro mandato como presidente da Turquia após a cerimônia de posse no Parlamento, em Ancara.

O chefe Estado, de 69 anos e reeleito em 28 de maio com 52% dos votos, prestou juramento para um novo mandato de cinco anos e prometeu assumir “o dever com imparcialidade” diante dos 600 deputados eleitos em 14 de maio.

A agenda inclui uma visita ao mausoléu do fundador da República, Mustafa Kemal Atatürk, antes de cerimônia protocolares no palácio presidencial e um jantar de gala. Em seguida, Erdogan anunciará a composição de seu governo.

“Como presidente, juro proteger a existência e a independência do Estado, a integridade da pátria, a soberania incondicional da nação, o Estado de direito (e) o princípio de uma república laica, assim como a concebeu Atatürk, o pai dos turcos”, declarou o presidente, conhecido por sua defesa de posições islâmicas e conservadoras.

De acordo com a imprensa vinculada ao governo, a cerimônia de posse teve a presença de quase 20 chefes de Estado e do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg.

A Turquia é um dos 31 Estados membros da aliança militar liderada pelos Estados Unidos e mantém o veto à adesão da Suécia, alegando que o país oferece refúgio a ativistas de oposição que Ancara considera “terroristas”.

Otan e Suécia

“Uma mensagem clara para os nossos amigos suecos. Cumpram as suas promessas (…) e adotem medidas contra o terrorismo. O restante acontecerá por conta própria”, escreveu na quinta-feira no Twitter o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu.

O anúncio da lista de ministros de Erdogan oferecerá uma pista das orientações do chefe de Estado para tentar estimular a economia do país, que enfrenta uma grave crise.

O nome de um renomado analista e ex-funcionário da empresa americana Merrill Lynch, Mehmet Simsek, é especulado há vários dias para comandar a missão.

Ex-ministro das Finanças (2009-2015) e depois vice-primeiro-ministro responsável pela Economia (até 2018), o economista de 56 anos deve adotar uma linha de ortodoxia financeira para recuperar a confiança dos investidores.

A Turquia tem uma inflação superior a 40%, estimulada pela redução frequenta das taxas de juros. A moeda local, a lira turca, registrou na sexta-feira cotação de 20,88 por dólar, apesar dos bilhões de dólares investidos na campanha para impedir a desvalorização.

Armênia e Azerbaijão

Entre os convidados da cerimônia estão aliados tradicionais de Erdogan, incluindo o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, assim como o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e os primeiros-ministros da Hungria, Viktor Orban (também contrário à entrada da Suécia na OTAN) e do Catar, Mohammed bin Abderrahman al Thani, que foram os primeiros a felicitar Erdogan por sua vitória nas urnas.

Armênia e Turquia nunca estabeleceram oficialmente relações diplomáticas e a fronteira comum está fechada desde os anos 1990, mas em 2022 foram registrados os primeiros passos para uma aproximação, apesar do apoio de Ancara ao Azerbaijão na disputa territorial da região de Nagorno Karabakh, uma disputa entre Yerevan e Baku.

Erdogan recebeu 52,18% dos votos no segundo turno da eleição presidencial. Seu rival, o social-democrata Kemal Kiliçdaroglu, recebeu 47,82%.

O Parlamento, eleito em 14 de maio (data do primeiro turno), tomou posse na sexta-feira.

O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) do presidente Erdogan e seus aliados conquistaram a maioria das 600 cadeiras.

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