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Equador reduz tarifas de combustível após fim de protestos indígenas

A assinatura na quinta-feira da “ata pela paz”, que também prevê mais subsídios aos combustíveis para setores rurais, pôs fim aos protestas que se estenderam por 18 dias

A poderosa Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie) liderou 18 dias de bloqueios de rodovias e marchas nas quais ocorreram episódios de violência em diversas cidades, entre elas a capital Quito. Foto: Martin BERNETTI / AFP
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O presidente do Equador, Guillermo Lasso, aplicou nesta sexta-feira (1º) uma redução total de 15 centavos no preço dos combustíveis mais utilizados no país, cumprindo um dos acordos com o movimento indígena, com o qual encerrou um protesto contra seu governo.

Com a redução acordada na quinta-feira, com mediação da igreja católica, o galão de diesel caiu de 1,90 para 1,75 dólares e a gasolina extra de 2,55 para 2,40 dólares, segundo um decreto divulgado pela Secretaria de Comunicação da Presidência.

A poderosa Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie), que liderou 18 dias de bloqueios de rodovias e marchas nas quais ocorreram episódios de violência em diversas cidades, entre elas a capital Quito, pedia uma diminuição para 1,50 e 2,10 dólares, respectivamente.

Em meio aos protestos, Lasso ordenou uma redução de 10 centavos nos combustíveis, que passou para 15 centavos com o novo decreto.

A assinatura na quinta-feira da “ata pela paz”, que também prevê mais subsídios aos combustíveis para setores rurais, pôs fim aos protestas que se estenderam por 18 dias, sendo os mais duradouros na história da Conaie, que participou de revoltas que provocaram a queda de três presidentes entre 1997 e 2005.

A bordo de ônibus e caminhões, e tremulando bandeiras do Equador e a wiphala dos povos originários, os cerca de 10.000 nativos que compareceram a Quito para se manifestar voltaram na quinta-feira pela noite a suas comunidades do norte e do sul andino, e da floresta amazônica.

Os protestos deixaram seis mortos, entre eles um militar, mais de 600 feridos entre civis e uniformizados, e 150 detidos, de acordo com diversas fontes.

O Executivo também revogou um decreto para a entrega de novos campos de petróleo, outro dos pedidos da Conaie, que também mobilizou cerca de 4 mil pessoas para bloquear vias em até 19 das 24 províncias, segundo estimativas oficiais.

A Conaie, agora liderada por Leonidas Iza, a quem Lasso tachou de “anarquista”, também liderou os protestos em outubro de 2019 contra a eliminação de subsídios aos combustíveis, que antes das recentes manifestações representavam para o Estado uma despesa de três bilhões de dólares por ano.

O Executivo também aplicou outras medidas compensatórias como o aumento de 50 para 55 dólares de um bônus para os mais pobres e o perdão de empréstimos vencidos de até 3.000 dólares com o banco público.

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