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Embaixador colombiano retornará à Argentina após confronto entre Milei e Petro

O ápice do conflito entre os dois presidentes se deu quando, em entrevista recente, Milei chamou Petro de ‘terrorista assassino’; países anunciaram que pretendem superar divergências e estreitar relações

Foto: Fernanda LeMarie/Divulgação/ Cancillería del Ecuador
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Os ministérios das Relações Exteriores da Colômbia e da Argentina anunciaram no domingo que o embaixador colombiano, Camilo Romero, retornará a Buenos Aires, após um confronto diplomático entre os dois países devido aos insultos do presidente argentino, Javier Milei, contra seu homólogo colombiano, Gustavo Petro.

“O governo colombiano deu instruções para que o embaixador Camilo Romero retorne a Buenos Aires”, afirmaram os ministérios em um comunicado conjunto.

Os países se pronunciaram depois que o presidente colombiano, Gustavo Petro, decidiu, na quarta-feira da semana passada, expulsar vários diplomatas da embaixada da Argentina em Bogotá, após Milei o chamar de “terrorista” e “assassino” em uma entrevista.

Os dois governos, acrescenta a nota, mostraram interesse na adoção de “passos concretos para superar qualquer divergência e fortalecer a relação”.

O comunicado também garante que o governo colombiano concedeu a credencial ao novo embaixador argentino na Colômbia proposto pelo governo Milei, cujo nome ainda não foi divulgado.

Também foi anunciado que a chanceler argentina, Diana Mondino, viajará à Colômbia em uma visita oficial ainda sem data definida.

Desta forma, os dois governos “ratificam a importância de manter boas relações e a vontade de estreitar os laços bilaterais”, afirma o comunicado.

Em uma entrevista exibida na quarta-feira pelo canal americano CNN, o presidente argentino afirmou, em referência a Petro: “Não se pode esperar muito de alguém que era um assassino terrorista”.

A frase irritou o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia. A pasta considerou que “as declarações do presidente argentino deterioraram a confiança de nossa nação, além de ofenderem a dignidade do presidente Petro, que foi eleito democraticamente”.

Em seguida, o presidente esquerdista ordenou a expulsão de diplomatas da embaixada argentina em Bogotá.

Petro militou durante 12 anos no M-19, uma guerrilha nacionalista de origem urbana, antes de assinar a paz em 1990 e ingressar na política. Em agosto de 2022, ele chegou ao poder como o primeiro presidente de esquerda da Colômbia.

As relações com a Argentina têm sido historicamente estáveis, mas têm se deteriorado desde a chegada ao poder do ultraliberal Milei, em dezembro de 2023.

O embaixador Romero está em consultas desde o final de janeiro, quando Petro reagiu a outra entrevista na qual Milei o chamou de “comunista assassino que está afundando a Colômbia”.

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