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Embaixada brasileira na República Democrática do Congo é atacada em meio à escalada de violência

Rebeldes tutsis protestam contra dominação dos hutus, em mais um episódio de violência decorrente de genocídio ocorrido nos anos 1990

Embaixada brasileira na República Democrática do Congo é atacada em meio à escalada de violência
Embaixada brasileira na República Democrática do Congo é atacada em meio à escalada de violência
Membros do grupo rebelde M23 circulam em protesto na República Democrática do Congo. Foto: AFP
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A embaixada brasileira em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, foi alvo de ataques nesta terça-feira 28. Segundo o Itamaraty, a bandeira brasileira chegou a ser levada por manifestantes, mas não há relatos de que funcionários do órgão tenham sido atingidos.

A embaixada do Brasil foi apenas um dos alvos das manifestações gerais que ocorreram no país africano. Manifestantes também atacaram os prédios das embaixadas dos Estados Unidos, da França, de Ruanda, do Quênia e de Uganda. 

Os casos acontecem em meio à escalada de violência pela ação de rebeldes do grupo M23. Até agora, mais de cem pessoas morreram em conflitos pelo país, que já deixaram cerca de mil pessoas feridas nos últimos dias.

O Brasil se manifestou sobre o caso, dizendo que confia no fato de que “o governo congolês envidará todos os esforços para controlar a situação”. Ainda assim, o Itamaraty manifestou preocupação pela situação no Congo.

“Preocupam, em especial, a deterioração da situação humanitária e a perpetração de violência contra a população infraestrutura civis”, diz um trecho da nota do Itamaraty.

Reflexos da guerra civil

Os casos de violência são especialmente notados no leste do país, na proximidade da fronteira com Ruanda. A disputa política tem origem na guerra civil que ocorreu no país em 1994, quando a etnia hutus tomou o poder em um histórico episódio de genocídio, que cerca de 800 mil pessoas mortas.

Atualmente, o M23 é o principal grupo de oposição no país, sendo composto pela etnia tutsi, a mais afetada pela guerra civil dos anos 1990. Atualmente, os hutus estão no poder sob o governo da primeira-ministra Judith Suminwa.

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