Mundo

Diretor de prestigiosa universidade francesa renuncia após acusação de violência doméstica

Mathias Vicherat comandava a Sciences Po Paris desde 2021

Mathias Vicherat renunciou ao comando da universidade Sciences Po Paris após acusações de violência doméstica. Foto: Thomas SAMSON / AFP
Apoie Siga-nos no

O diretor de uma das universidades mais prestigiosas da França, Sciences Po Paris, anunciou nesta quarta-feira sua demissão para “preservar” a instituição após ser acusado de violência doméstica por sua ex-companheira.

Mathias Vicherat e sua ex-companheira Anissa Bonnefont se acusam mutuamente de violência doméstica e, em 3 de dezembro, foram detidos, mas liberados no dia seguinte. A Promotoria de Paris abriu uma investigação.

“Estou ciente que eu e minha ex-namorada fomos chamados pelo tribunal criminal”, escreveu em uma mensagem enviada à comunidade acadêmica da Sciences Po e confirmada à AFP pela direção.

“Me importa mais a instituição do que a mim mesmo. Para preservá-la, decidi me demitir”, acrescentou Vicherat, de 45 anos, que rejeitou as acusações de sua ex-companheira. “A Justiça esclarecerá a realidade dos fatos”, acrescentou.

Quando sua detenção tornou-se pública, estudantes protestaram no campus principal em Paris pedido a demissão do diretor, eleito em 2021 com um programa contra a violência sexual e sexista.

Ele substituiu então Frédéric Mion, que foi forçado a renunciar ao cargo em fevereiro daquele ano por ignorar as suspeitas de incesto contra o conhecido cientista político Olivier Duhamel.

A Sciences Po foi fundada em 1872 para formar autoridades públicas, mas foi gradualmente aberta a estudantes que buscavam carreiras no setor privado e a estudantes estrangeiros. Muitos ministros, pesquisadores, empresários e presidentes da República se formaram em suas salas de aula.

Entre seus ilustres alunos estão o estilista Christian Dior e o escritor Marcel Proust, além do presidente francês Emmanuel Macron e o ex-primeiro-ministro canadense Pierre Trudeau.

Outra controvérsia atingiu a universidade depois que na terça-feira cerca de cem alunos ocuparam o auditório em uma protesto pró-palestino para impedir a entrada de uma estudante judia.

A estudante, membro da União dos Estudantes Judeus na França, foi recebida com gritos de “Não a deixem entrar, ela é uma sionista“, conforme afirmou essa organização na rede social X.

O presidente Macron disse que esses comentários são “intoleráveis”. A direção da universidade afirmou que estava tomando medidas legais contra os atos antissemitas e lamentou “um clima tóxico inaceitável”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo