Economia

Dilma diz que Banco dos Brics quer incluir novos países com ‘maior diversidade’

Segundo a presidenta do NDB, novos integrantes ‘trarão recursos’ ao Banco e auxiliarão na diversificação da carteira de projetos

A ex-presidenta Dilma Rousseff em seus primeiros dias de trabalho no Banco dos Brics. Foto: Divulgação/NDB
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A presidenta do New Development Bank, o NDB, Dilma Rousseff, afirmou que a instituição, conhecida como o Banco dos Brics, quer incluir novos países no rol de membros e ampliar a diversidade. A declaração foi concedida nesta terça-feira 30, em discurso de abertura da Sessão Plenária da 8ª Reunião Anual do NDB.

Segundo Dilma, os novos países “trarão recursos” ao Banco e auxiliarão na diversificação da carteira de projetos.

“Nossa abordagem para expandir o número de países será buscar maior diversidade, tanto em termos geográficos quanto em estágio de desenvolvimento”, disse a ex-presidenta do Brasil.

Dilma afirmou ainda que terá como prioridade a captação de recursos em “diversos mercados mundiais e em diferentes moedas” e mencionou como exemplos o yuan chinês, o dólar e o euro.

Ao mesmo tempo, salientou, o Banco pretende financiar uma parcela maior dos seus projetos em moedas locais. Segundo ela, o financiamento em moeda local representa 22% da carteira, e a meta é chegar a 30% até 2026.

“Como suas moedas não são totalmente conversíveis dentro da atual arquitetura financeira, as economias do Sul Global frequentemente sofrem os impactos negativos de flutuações repentinas em suas taxas de câmbio.”

A terceira prioridade do Banco, de acordo com ela, é “promover a inclusão social”.

Dilma reforçou ainda que o objetivo estratégico do NDB é se transformar no principal banco de financiamento de projetos para países emergentes e em desenvolvimento.

A meta de incluir novos membros está em discussão, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nesta terça, o petista disse que houve uma reunião sobre o tema com governadores do NDB.

“Os governadores apresentaram suas considerações sobre a agenda do Banco”, declarou. “Foi falado genericamente da necessidade de expandir os fundos, estudar a inclusão de novos membros e focar os investimentos em questões estratégicas, sobretudo investimentos no chamado Sul Global, voltados para a questão da transição ecológica.”

O Banco dos Brics foi instalado em 2015 com os cinco membros do bloco: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em 2021, Bangladesh e os Emirados Árabes Unidos ingressaram no rol. Neste ano, foi a vez da entrada do Egito.

A tarefa imediata de Dilma é concluir a inserção do Uruguai.

Voltado a financiar grandes obras de infraestrutura, em papel similar ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o NDB já conta com 96 projetos aprovados, entre eles a construção de estradas, ferrovias, pontes, túneis, canais e unidades habitacionais. O valor total é de 32,8 bilhões de dólares.

Vinte e sete projetos são no Brasil. Desses, 19 envolvem recursos administrados pelo governo federal, por meio do status de fundo soberano. Neles, está prevista a expansão de distribuição de água e saneamento em Pernambuco e no Sergipe, por exemplo. A administração dos recursos dos demais projetos envolve entes privados.

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