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Diante da fome em Gaza, países doadores lançam ajuda humanitária de paraquedas

A comunidade internacional exige uma investigação independente sobre 115 mortos em uma distribuição de ajuda humanitária

Prédios destruídos na Faixa de Gaza, em registro de 29 de fevereiro de 2024. Foto: Jack Guez/AFP
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A comunidade internacional apela a um cessar-fogo em Gaza e exige uma investigação independente sobre as responsabilidades após uma trágica distribuição de ajuda humanitária que deixou 115 mortos, na quinta-feira 29, segundo o grupo palestino Hamas.

No sul do Líbano, um ataque israelense com drones neste sábado 2 matou três combatentes do Hezbollah, aliado do Hamas.

Os soldados do Hezbollah, entre eles um técnico em armas, foram mortos quando o carro em que estavam foi atacado por drones perto da cidade costeira libanesa de Naqoura. O Exército israelense informou que estava verificando essa informação.

Em declaração publicada na imprensa francesa neste sábado, o ministro das Relações Estrangeiras francês, Stéphane Séjourné, criticou autoridades israelenses.

Em uma entrevista ao jornal Le Monde, ele considerou que lideranças de Israel poderiam ser os responsáveis ​​pelo bloqueio da ajuda humanitária em Gaza e por situações “injustificáveis”.

A França redobrou os seus esforços junto a Israel para aumentar o número de pontos de passagem e de caminhões com ajuda aos moradores de Gaza. Os resultados, porém, ainda “não são satisfatórios” e “a fome aumenta o horror”, lamentou o chefe da diplomacia francesa, que visitou a região há um mês.

Confrontados com uma situação humanitária cada vez mais desesperadora, os países doadores começaram a lançar ajuda de paraquedas em Gaza, onde as Nações Unidas alertam que a fome é “quase inevitável”.

Aviões da Jordânia, com o apoio do Reino Unido, França e Holanda, organizaram até agora a maior parte dos lançamentos. Várias aeronaves egípcias e dos Emirados Árabes Unidos fizeram o mesmo.

Imad Dughmosh, morador de Al-Sabra, no centro da Faixa de Gaza, disse à AFP que conseguiu recuperar água potável e alimentos graças aos lançamentos aéreos.

“No final, consegui recolher sacos de massa e queijo, mas os meus primos não conseguiram nada”, disse o homem de 44 anos: “Fiquei feliz por ter comida para as crianças, mas não é suficiente”, lamentou.

Após cinco meses de guerra, a quantidade de ajuda humanitária entregue por caminhões caiu drasticamente e os palestinos que vivem neste território sob bloqueio de Israel enfrentam grave carência de alimentos, água e medicamentos. As entregas foram reduzidas ao mínimo desde o início da guerra, em 7 de outubro, após o ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel que deixou 1.160 mortos, a maioria civis.

A ofensiva de retaliação de Israel contra o Hamas matou 30.320 pessoas, principalmente mulheres e crianças, segundo o último balanço divulgado neste sábado pelo Ministério da Saúde no território controlado pelo movimento islâmico. De acordo com a mesma fonte, dez crianças morreram de “desnutrição e desidratação”.

EUA esperam trégua durante o Ramadã

Na sexta-feira 1°, o presidente americano Joe Biden anunciou que os Estados Unidos participariam “nos próximos dias” das entregas de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, onde mais de 2 milhões de pessoas estão ameaçadas pela falta de comida.

Biden também disse esperar uma trégua entre Israel e o movimento islâmico até o Ramadã, o mês sagrado muçulmano, que começa por volta de 10 de março.

No Iêmen, os Estados Unidos destruíram um míssil terra-ar dos rebeldes Houthis que representava uma “ameaça iminente” às aeronaves americanas na região, anunciou neste sábado o Comando militar dos EUA para o Oriente Médio.

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