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Deputados dos EUA pedem investigação sobre interferência de militares brasileiros na eleição

Caso se constate a participação das Forças Armadas em tentativas de tumultuar o processo, parlamentares norte-americanos pretendem cortar assistência fornecida ao Brasil

Comboio de tanques passa pela Esplanada. Foto: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Deputados do Partido Democrata dos Estados Unidos apresentaram uma emenda ao Orçamento anual de Defesa (NDAA, na sigla em inglês) cobrando que o governo norte-americano investigue se as Forças Armadas do Brasil estão ou não interferindo nas eleições programadas para outubro deste ano. A informação foi revelada pelo site Brasil Wire nesta quarta-feira 6.

A intenção da emenda é apurar se os militares brasileiros têm participado do processo que visa tumultuar as eleições. Itens como tentativas de interferência na contagem de votos, tentativas de golpe para reverter o resultado das urnas e a participação de militares em campanhas de desinformação estariam na mira dos congressistas.

A Emenda 893 foi batizada de ‘Neutralidade das Forças Armadas Brasileiras Durante as Eleições Presidenciais’ e exige que o governo dos EUA apure e produza um relatório sobre as Forças Armadas do Brasil em até 30 dias após a promulgação do texto. Caso seja constatada alguma irregularidade, os militares brasileiros estariam sujeitos à sanção daquele país. O texto do orçamento ainda precisa passar pela aprovação do Congresso até, no máximo, outubro deste ano.

Emenda registrada no sistema do Congresso dos EUA.
Foto: Reprodução/Brasil Wire

Ao site, uma fonte do governo norte-americano disse que a principal medida solicitada é a “descontinuação da assistência de segurança”, algo que permite que o Brasil seja considerado um aliado extra-Otan. Essa posição possibilita que o País compre armamentos de forma facilitada, tenha acesso a treinamentos e tecnologias e seja visto como um parceiro militar preferencial.

“Basicamente é uma maneira de dizer: ‘Você precisa considerar se essas ações equivalem a um golpe porque, se assim for, isso exigirá que os EUA cortem a assistência’”, explicou a mesma fonte.

Assinam a emenda os deputados Tom Malinowski e Albio Sires, de Nova Jersey; Joaquín Castro, do Texas; Susan Wild, da Pensilvânia; Ilhan Omar, de Minnesota; e Hank Johnson, da Geórgia. Todos integram o Partido Democrata e boa parte já havia questionado o papel do governo dos EUA no andamento das investigações da Operação Lava Jato, no golpe contra Dilma Rousseff (PT) e na prisão do ex-presidente Lula (PT).

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