Mundo
Covid: Hospitalização de crianças nos EUA cresce com rapidez; média chega a 672 por dia
O país registra recorde de infecções em crianças e maior lotação nas UTIs
A taxa de hospitalização de crianças nos Estados Unidos está aumentando rapidamente. O país registrou uma média diária de 672 admissões de crianças com Covid-19 em hospitais durante a semana encerrada no domingo 2, de acordo com a emissora americana CNN, em matéria nesta quarta-feira 5.
Trata-se de um recorde de novos casos de Covid-19 entre crianças, alertou a Academia Americana de Pediatria. Dados da instituição apontaram 325 mil crianças infectadas na semana encerrada em 30 de dezembro, o que representa um aumento de 64% em comparação com a semana anterior.
A alta se deve à maior transmissibilidade da variante Ômicron, disse o cirurgião-geral Vivek Murthy à CNN americana na terça-feira 4. A nova cepa é três vezes mais contagiosa do que a Delta.
O país também tem verificado maior lotação nas Unidades de Terapia Intensiva. Uma a cada cinco UTIs apresenta 95% dos leitos ocupados, e uma a cada quatro está ocupada por um paciente com Covid-19.
A médica Elaine Cox, diretora da Ridley Children’s Health, em Indiana, disse que mais da metade das crianças hospitalizadas teve de passar um tempo na UTI e 40% apresentam necessidade de respiradores, de acordo com informações do jornal britânico The Guardian, também veiculadas nesta quarta-feira 5.
Em Nova York, as hospitalizações de crianças quadruplicaram, e em Washington, dobraram. Há registros de alta também nos estados do Texas, Alabama, Louisiana e Ohio.
Levantamento dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos já registraram 1.045 mortes de crianças por Covid-19 durante a pandemia, entre os 830 mil falecimentos no total do país.
Diferentemente do Brasil, os Estados Unidos estão entre os 31 países que já iniciaram a vacinação de crianças, conforme listagem do portal G1. Na América do Sul, a imunização nesse público já começou na Argentina, na Bolívia, no Chile e no Equador.
O governo do presidente Jair Bolsonaro ainda não determinou a data do início da vacinação para essa faixa etária, embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária já tenha aprovado a aplicação das doses.
Nesta semana, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse à imprensa que a vacina para crianças entre cinco e 11 anos deve chegar na segunda quinzena deste mês.
A demora de Queiroga é criticada por especialistas. Ouvido por CartaCapital, o médico sanitarista Gonzalo Vecina, também fundador da Anvisa, chamou de “pantomima” a consulta pública realizada pelo ministro para verificar se havia apoio popular à vacinação de crianças. Em audiência pública, profissionais da ciência também demonstraram concordância com a imunização infantil.
“O Ministério da Saúde fez esse teatro e o resultado vai ser vacinar, mesmo. Só o que aconteceu foi atrasar o início da vacinação”, avaliou Vecina.
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