Mundo

Constituintes aprovam que Chile seja ‘Estado regional, plurinacional e intercultural’

Novo artigo muda a definição de ‘Estado unitário’ indicada na atual Constituição chilena, implementada pela ditadura de Augusto Pinochet

Atos no Chile marcaram instalação da Convenção da Constituição. Foto: Martin Bernetti/AFP
Apoie Siga-nos no

A Assembleia Constituinte do Chile aprovou nesta sexta-feira 18 um artigo da nova Constituição que declara o país sul-americano como um “Estado regional, plurinacional e intercultural”, durante a votação que realizam para determinar as normas que serão incluídas na nova Carta Magna.

“O Chile é um Estado regional, plurinacional e intercultural, formado por entidades territoriais autônomas, em um contexto de equidade e solidariedade entre todas elas, preservando a unidade e a integridade do Estado”, diz o artigo aprovado por 112 votos, com 34 contra e duas abstenções.

O novo artigo muda a definição de “Estado unitário” indicada na atual Constituição chilena, implementada em 1980, em plena ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

A proposta superou 2/3 da votação, o mínimo requerido para ser incluída no esboço da nova Constituição, que deve ser aprovada em referendo de participação obrigatória. Caso o novo texto seja rejeitado, a atual Carta Magna permanecerá vigente.

A Constituinte também aprovou outros incisos nos quais define a organização territorial do Estado “em regiões autônomas, autonomias territoriais indígenas e territórios especiais”. Ademais, promove “a cooperação, a integração e o desenvolvimento” das regiões, e define critérios para a criação das entidades regionais que vão administrar essas áreas.

A votação começou ontem, quando os constituintes aprovaram dez artigos referentes a temas de justiça, entre os quais o de modificar o nome de Poder Judiciário para Sistemas de Justiça e outro que garante que todos os órgãos e indivíduos que participam do processo judicial devem garantir igualdade, paridade e perspectiva de gênero.

“Estamos dando respostas concretas às demandas que nos trouxeram para este lugar, aprovar com legitimidade cada uma das normas. Já temos o esboço com artigos concretos, assim que estamos muito felizes e esperançosos”, disse María Elisa Quinteros, presidente da Assembleia, em um comunicado da instituição.

A Assembleia Constituinte iniciou seus trabalhos em 4 de julho de 2021 e tem como prazo máximo nove meses, prorrogáveis por mais três, para apresentar uma nova Constituição para o país.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo