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Comentários sexistas de deputado Arthur do Val têm repercussão internacional

Imprensa da França e da Suíça, além da latino-americana, noticiaram o conteúdo dos áudios

Créditos: Reprodução Redes Sociais
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“’Elas são fáceis porque são pobres’: no Brasil, um deputado é criticado por comentários machistas na Ucrânia”, diz a matéria publicada no jornal conservador Le Figaro, um dos principais da França. O texto explica que o deputado de direita teve áudios de WhatsApp vazados na sexta-feira 4, depois de presenciar o conflito na Ucrânia – para onde viajou no começo da semana passada para, segundo ele, ajudar o exército ucraniano.

“Os internautas começaram a olhar de outra forma para essa viagem insólita de um parlamentar brasileiro em plena zona de conflito” após a divulgação e a transcrição dos áudios, relata a matéria, baseada na agência AFP.

O deputado afirmou que “nunca viu nada parecido em termos de ‘mina’ bonita” quanto “na fila das refugiadas” ucranianas, entre outros comentários desrespeitosos às mulheres que fogem da guerra. As falas resultaram “numa avalanche de críticas”, aponta o texto no Figaro, antes de explicar que deputados de esquerda solicitarão a cassação do mandato de “Mamãe Falei” à Comissão de Disciplina da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Outros veículos franceses, como as emissoras CNews e RTL, também publicaram a reportagem sobre o escândalo.

Candidatura “no ar”

Na Suíça, o site swissinfo publicou reportagem da agência espanhola EFE sobre o caso, ressaltando que o “deputado brasileiro admite mensagens sexistas e deixa candidatura [ao governo de São Paulo] no ar”. O texto informa que, diante da repercussão negativa, neste sábado Arthur publicou um vídeo nas redes sociais no qual reconhece que os áudios são “indecentes, machistas”, e “não a postura que esperam de mim”.

A reportagem informa que Arthur “comparou as filas de refugiadas com as das discotecas no Brasil, manifestou que voltará à Ucrânia ‘quando passar essa guerra’, entre outras afirmações com palavras grosseiras e conotação sexista”. O texto também foi publicado na imprensa latino-americana, como noLa Republica, do Peru, e no El Sol, da Argentina.

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